Caso "raro": 4 transplantados tiveram cancro com origem nos órgãos de dadora

Dadora não tinha sinais da doença. Três dos quatro transplantados acabaram por morrer de cancro
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Quatro doentes transplantados com órgãos de uma dadora acabaram por desenvolver cancro de mama, com origem nos órgãos que receberam. O caso aconteceu na Holanda e, em abril, foi publicado um relatório sublinhando o seu caráter "extraordinariamente raro".

A dadora morreu em 2007, na sequência de um AVC. Depois de feitos todos os testes e a análise ao seu historial familiar, os médicos chegaram à conclusão de que estaria em condições de doar órgãos. Acabou por doar os rins, o fígado, os pulmões e o coração.

Frederike Bemelman, professora de nefrologia da Universidade de Amesterdão e autora do estudo publicado no American Journal of Transplantation, defende que este é "um caso extraordinariamente raro" e o primeiro que encontrou em 20 anos de experiência. "Existe sempre um pequeno risco" de alguma coisa correr mal, tratando-se de um procedimento médico, admite, citada pela CNN.

A dadora tinha 53 anos e nenhum historial ou sinal de cancro. No entanto, entre 16 meses até seis anos depois dos transplantes quatro dos recetores desenvolveram cancro de mama que metastizou ou se espalhou para outras áreas do corpo. Três acabaram por morrer.

O quarto doente sobreviveu depois de ter sido submetido a uma série de tratamentos e após retirar o rim transplantado, o que lhe permitiu parar de tomar ​​​​​​de tomar imunossupressores (medicação para impedir a rejeição do órgão e que baixa as defesas do organismo).O estudo garante que os benefícios da transplantação superam os riscos. Já havia estudos que falavam do risco de transmissão de cancro através da transplantação - entre os 0,01% e os 0.05% -, mas este é o primeiro caso de cancro de mama em que acontece. Os investigadores acreditam que as células cancerígenas da dadora estavam ainda demasiado pequenas para serem detetadas nos exames.

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