A maravilhosa vida dos pinguins-imperadores no frio da Antártida
É um novo livro de fotografias que fornece uma rara e bela visão de como as colónias de pinguins-imperadores conseguem prosperar no continente mais ao sul da Terra. "Uma viagem à Antártida muda a vida." É o que diz Sue Flood, uma fotógrafa premiada que viajou para alguns dos locais mais remotos do mundo para documentar a vida selvagem. Ao longo de sua carreira, Flood realizou cerca de 50 viagens ao Ártico e à Antártida. Não são apenas as paisagens geladas que alimentam o seu interesse pelas regiões polares do planeta. É também o seu amor por uma espécie particular de pinguim.
"Um dos momentos mais agradáveis que se pode ter é ficar no meio de uma colónia de pinguins-imperador, a centenas de quilómetros da civilização, cercada pela extraordinária cacofonia de filhotes e adultos chamando uns aos outros", conta Sue Flood.
Os pinguins-imperadores, a maior de todas as espécies de pinguins vivos, só podem ser encontrados na Antártida. Hoje, à medida que o aumento da temperatura reduz a área de reprodução e a pesca excessiva elimina fontes de alimento, os pinguins-imperadores são considerados "quase ameaçados". O novo livro de fotografia "Emperor: The Perfect Penguin", mostra a incrível vida num dos ambientes mais adversos na terra, onde as temperaturas podem descer até aos 60 graus negativos.
O livro inclui uma coleção de 152 imagens captadas durante as muitas visitas do Flood à Antártida nos últimos nove anos. Começou as viagens quando trabalhava com a Unidade de História Natural da BBC em séries de documentários, incluindo "O Planeta Azul" e "Planeta Terra" que foram apresentados pelo naturalista David Attenborough. Durante essas viagens, o seu fascínio por ambientes polares foi crescendo.
"Uma pessoa sente-se completamente diminuída quando está junto a algo como a Ross Ice Shelf - um pedaço de gelo maior que a França - ou está ao lado de um icebergue do tamanho de um arranha-céu de Manhattan", diz Flood. "A escala na Antártida é tremenda. É incrível."
Mas os cientistas estão preocupados com as alterações climáticas avança, o derreter do gelo marinho reduzirá a abundância de krill (pequenos crustáceos) - a principal fonte de alimento para os pinguins-imperadores - e assim os pinguins podem não encontrar comida suficiente para acumular gordura corporal. "O gelo do mar é absolutamente crítico para a sobrevivência", diz Flood.
As imagens de Sue Flood dos pinguins-imperadores da Antártida também estão a ser usadas como parte de uma campanha internacional da Coligação da Antártida e do Oceano Austral para a criação de uma área protegida marinha de quase 700 mil milhas quadradas no Mar de Weddell. Se for bem sucedida, esta área torna-se a maior reserva natural do planeta.