Portugal em festa

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"Vamos lá continuar a estar com a nossa selecção, vamos lá dar a volta para podermos estar no Mundial." Importa-se de repetir? O Liechtenstein vencia em Aveiro por 1-0 ao intervalo, em mais um acto do óbito desportivo de Ricardo, e o speaker pedia paciência. Mas era pedir demasiado a quem gastou acima de 20 euros para uma festa (que se confirmou) e assistiu a um espectáculo fúnebre, funesto. Paulo Ferreira (falhou o alívio) saía para o descanso a discutir com Ricardo o lance do golo, o guarda-redes explicava-se por uma saída inexplicável, mas havia apenas um entendimento Portugal falhou rotundamente a primeira parte do jogo. O suplente do Sporting três vezes. E ouviu assobios.

Com as camisolas da França, com o hino da Inglaterra e um guarda-redes que segurava as bolas, o Liechtenstein fez jus ao estatuto que Scolari lhe atribuiu antes do jogo. Uma equipa à qual se pretendia retirar um ponto para chegar ao Mundial 2006. Uma equipa que jogava com dez atrás da bola, que defendia, mas que conseguia chegar à frente. Por entre a pobreza franciscana que as exibições de jogadores como Simão, Ronaldo e Maniche sugeriam, os fortes adversários de Portugal chegavam à frente mesmo dentro deste esquema de contenção. Portugal fez três remates na primeira parte e podia ter marcado em dois deles, é verdade o de Figo, o bom exemplo desta noite, foi desviado por D'Elia com a mão sobre a linha, o da cabeça de Pauleta bateu em Jehle.

Sem Deco, sem um médio que organizasse o ataque, Portugal perdia-se nos malabarismos de Ronaldo, na lentidão colectiva. E o Liechtenstein, que não vinha propriamente jogar uma final, aproveitava. Ricardo falha uma saída, D'Elia um golo óbvio. Começaram as desconfianças, veio o golo Fischer nem sabe ao que corre, Paulo Ferreira falha o alívio, Ricardo sai da baliza não se sabe porquê e o jovem avançado visitante nem queria acreditar. Marcou um golo, o terceiro do Liechtenstein a Portugal nesta fase de apuramento.

Com um alfinete num ego inflamado, Portugal saiu do intervalo menos passivo, mas ainda trapalhão. Pauleta, finalmente, acertou na baliza e não no guarda-redes. O empate não trouxe muito de novo, porque o Liechtenstein, mesmo só com dois a avançar, criava perigo. Ricardo entrou de novo em acção cada lançamento alto para a sua zona é quase penalty. Figo já tinha falhado o 2-1 num penalty de compensação (pareceu forçado), mas entrou o pé quente Nuno Gomes. Dois minutos depois, um triunfo.

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