POBREZA
Juan, 12 anos, está fascinado com a música carnavalesca, enquanto acompanha o ritmo no seu tambor e segue os movimentos do professor ao longo da sala. Frequenta a escola regularmente, tem rendimento escolar e está integrada no projecto Vida e Comunidade, lançado na cidade Coronel Oviedo, no Paraguai. Nem sempre foi assim, conta a UNICEF. Antes de ser apoiado pelo programa, Juan levantava-se todos os dias muito cedo para vender doces junto ao terminal dos autocarro, chegava à escola demasiado cansado, quando ia. «Viver nesta cidade não é fácil», dizem os técnicos da UNICEF, referindo que 15% da população do Paraguai vive com menos de um dólar por dia; um em quatro indivíduos entre os dez e 17 anos têm de trabalhar para sobreviver. Dos 2,2 mil milhões de crianças que constituem a população infantil mundial, 86% (1,9 mil milhões) vivem em países em desenvolvimento, e mil milhões são pobres, ou seja, uma em cada duas crianças. Estas pessoas são privadas dos direitos essenciais à sua sobrevivência, à saúde e à nutrição, à educação, à participação e à protecção contra danos, exploração e discriminação, denuncia a ONU. Reduzir para metade o número de crianças que têm fome, significaria diminuir a mesma quantidade de mortes infantis, já que a desnutrição contribui para metade dos óbitos nas populações mais jovens nos países em desenvolvimento, argumentam os peritos da organização das Nações Unidas.