PS embala na "onda" criada pelo frente-a-frente Costa/Passos

Muitas centenas de apoiantes e militantes do PS encheram esta noite o Pavilhão da Ajuda, em Lisboa, num jantar-comício de apoio à campanha de António Costa.
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Explorar o sucesso da sua participação quarta-feira no frente-a-frente com Passos Coelho marcou esta noite o discurso de António Costa num jantar-comício em Lisboa.

Às 21:20 António Costa tomou a palavra e a primeira coisa que disse foi que é preciso agora aproveitar a "força" e "dinâmica desta onda que se está a levantar" e que "vai fazer a mudança".

"Ontem - disse - tive a oportunidade de confrontar Passos Coelho" com a ideia de que "a coligação de direita não tem uma ideia para o futuro" e "está na prisão" dos "compromissos que não cumpriu" e "presa ao passado" de "ter querido a troika em Portugal e ir além da troika". Daí prosseguiu para o soundbyte da noite: "A troika só sai de Portugal quando a direita sair do Governo de Portugal".

Retomando o argumento de que o plafonamento das pensões proposto pela coligação é acima de tudo "uma aventura" para os contribuintes que alinharem, comparou essa opção à dos que apostaram em tempos no Lehman Brother ou nos investimentos propostos pelo Grupo BES, "confiando num governador do Banco de Portugal, num Presidente da República e num primeiro-ministro".

Costa também procurou insistentemente desvalorizar os resultados das políticas do Governo de Passos, chegando mesmo a recordar que hoje a Grécia cresce mais no seu PIB do que Portugal (1,5% contra 1,9%).

Num jantar marcado pela presença de personalidades como João Araújo (advogado de José Sócrates), o cartoonista Augusto Cid, Frei Bento Domingues e Alfredo Bruto da Costa (ex-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz), todos os outros oradores da noite se aplicaram a capitalizar a prestação de Costa na quarta-feira no frente-a-frente com Passos Coelho.

Marcos Perestrello, líder do PS de Lisboa, leu uma mensagem "muito especial" de Jorge Sampaio onde este realçou "a sabedoria de tantas provas dadas" por António Costa. E logo de seguida acrescentou: "Percebemos ontem a razão pela qual fogem dos debates e fogem das entrevistas. Eles não sabem assumir a responsabilidade pelo que fizeram" e "a conversa deles não resiste" ao contraditório. Falando de Costa como "o melhor de todos nós", Perestrello concluiu: "Não temos os olhos no passado, temos os olhos no presente e no futuro."

A seguir Helena Roseta garantiu:"Nós ontem vibramos com aquela estrondosa vitória de que até os comentadores da direita tiveram de reconhecer". E Passos - disse - "tem medo das pessoas, anda sempre com uma data de seguranças atrás", enquanto Costa não "poque é uma pessoa simples" e "gosta das pessoas".

Antes de Costa subir ao palanque, coube a vez a Fernando Medina, seu sucessor na presidência da câmara de Lisboa, sublinhar a "onda de entusiasmo, alegria e de ânimo" que o debate trouxe à campanha do PS. "Tu ontem disseste de olhos nos olhos ao Passos Coelho aquilo que é o sentimento profundo das pessoas". Por isso há "um ar de mudança, um ar de confiança". E "demonstrar todos os dias que tu não estás sozinho" é o dever de todos os socialistas.

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