Outono

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Amanhã vou ao transitário buscar umas paletes. Chegou a hora de fazer uma poltrona para a Jasmim.

Não me iludo quanto à originalidade do empreendimento. Já toda a gente aprendeu a fazer móveis a partir de paletes. Mas desde que tenho dois cães que a poltrona do Melville é o único motivo de discórdia entre eles.

Os casais sem filhos podem ser bastante ridículos. Nós não disfarçamos nada bem.

De maneira que, na terça--feira, passei na Construtora e comprei pregos e parafusos, colchetes e cantoneiras. Creio que não precisarei da serra circular, mas se precisar peço ao Chico. De resto, o berbequim, a lixadeira e o serrote já ali estão de lado, e fitas métricas é o que aí não falta.

A pistola de pregos dispenso - carpintaria sem martelo nem parece carpintaria. É natural que venha a precisar de mais lixa, mas logo se vê. Quanto aos colchetes, a ver se não acabo por usar cantoneira em tudo.

De qualquer modo, se não sobrassem peças não teria graça.

Vou começar por escolher a palete mais feia para a base e depois afixar-lhe outra por cima. Para os braços e as costas, estou quase certo de que uma inteira é de mais, pelo que estou preparado para cerrar. Lixar será trabalhoso, mas com paciência chega-se lá. Só pintar me chateia.

Ainda não sei que acabamento aplicarei, mas o Celso da CIN costuma ter boas ideias. Seja como for, eu teria sempre de passar na cidade a comprar as esponjas.

A ver se não me esqueço de avisar a minha pobre mãe de que vai ter de forrar almofadas outra vez. Mas primeiro ainda preciso de arranjar uma carrinha emprestada, que no carro não consigo enfiar uma palete sequer.

Vou dar um toque ao João.

Se correr bem, ainda faço mais umas quantas poltronas para o jardim, que não tarda aí a Primavera. Acho que vou comprar uma serra eléctrica. E um creme hidratante.

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