Justin Bieber

Chama-se Justin Bieber, tem uma franja colegial, canta, dança e até faz o célebre <i>moonwalk. </i>Com apenas 16 anos, já é catedrático em matéria de <i>show business. </i><br /><br />
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Quando Justin Bieber foi escolhido para cantar o primeiro verso de We Are the World (for Haiti) – o hino de solidariedade para com a população da ilha do Pacífico, nova versão do original We Are the World, de Michael Jackson e Lionel Richie –, abrindo assim a parada de estrelas que também incluiu Lil Wayne, Kanye West, Miley Cyrus, Jonas Brothers, Brian Wilson, Natalie Cole, Celine Dion, Josh Groban, Usher, Snoop Dogg ou Tony Bennett, as portas do sucesso escancaram-se para um canadiano que parece saído do universo High School Musical mas que até viveu uma infância conturbada. Claro que esta opção não foi inocente: Justin Bieber já tinha cerca de 48 milhões de audições no MySpace; mais de um milhão e oitocentos mil fãs no Facebook; o vídeo One Time já havia sido visto mais de quarenta milhões de vezes no YouTube e Baby teve mais de sete milhões de visionamentos. Números impressionantes, mesmo para uma geração que encontra nas redes sociais uma segunda casa e nos amigos virtuais uma família.
A nm falou com o ídolo das adolescentes em Paris. Bieber não se cansa de falar nos fãs e chega ao ponto de dizer que seria capaz de sair com uma admiradora «desde que a situação se proporcionasse». No capítulo musical, estamos perante um candidato a «Zac Efron cantor», até pelo comportamento insinuantemente correcto. Mas ninguém acredita verdadeiramente na pose de menino de coro e não são inocentes as constantes interrogações sobre raparigas, ou mulheres, ao ponto de lhe ser questionado se preferia sair com Britney Spears ou Lady Gaga. A resposta recaiu com alguma naturalidade sobre a primeira, ainda que após alguns segundos de reflexão. Tal como milhões de adolescentes, Bieber confessa passar o tempo agarrado às redes sociais, sobretudo via telemóvel. Pelo menos, é o que se depreende quando aponta o aparelho telefónico portátil como o seu gadget favorito.

Chamar a música
Bieber não perde de vista aquele que é o ponto de partida para a sua existência mediática: a música. Quando o tema são os ídolos, volta a jurar a sua admiração por Michael Jackson que, tal como ele, começou cedo nesta vida. Não surpreende, pois, que Thriller, estreado mais de dez anos antes de ter nascido, seja a escolha para teledisco favorito de sempre. E embora pintado a cor de moreno surfista, é à música negra que vai buscar a maioria das suas referências: desde o «padrinho» Usher passando pelos Boyz II Men ou por Ne-Yo de quem faria uma versão algumas horas depois num showcase em plena Torre Eiffel. Nesse mesmo espectáculo – acústico – mostrou saber reproduzir o famoso moonwalk de Michael Jackson, mas quem o ouvisse ali mais facilmente pensaria na tribo de surfistas liderados por um Jack Johnson do que na trupe R&B. Mas não, o álbum My Worlds aponta mesmo para esse território, o que aliás foi totalmente confirmado pelo autor: «O R&B é o meu estilo favorito. Gosto das baladas e das canções para dançar. Gosto das melodias.»
Garante que a mudança de voz não o preocupa e que a participação na versão 2010 de We Are the World foi uma surpresa «muito agradável». No domínio das artes, confessa ter como filme preferido Rocky IV e revela também estar prestes a iniciar-se na representação com a estreia a dar-se no canal Nickelodeon.

«Deus fez-me assim»
Ficamos a saber que não gosta de «mulheres com chapéus» e que «detesta abraços». Quanto à última rapariga que beijou, fica para ele e para ela saberem. Isto apesar de também afirmar que é «muito aberto» e que «nada tem a esconder». Qual é o segredo para «tanta beleza»? «Não tenho, Deus fez-me assim.» Dez anos de sorte para ele, pois então. Há mais. Do seu mundo, sabe que não há tempo para sonhos e que os poucos que têm lugar desaparecem ao acordar. E quanto ao futuro? «Tenho alguns cuidados com a minha voz e com o corpo, mas como muita comida de plástico. Provavelmente, devia começar a pensar nisso.» Rapaz previdente tem mais probabilidades de assegurar o futuro, mas Bieber nunca perde um sentido angelical que o faz parecer um filho aparentemente fácil de criar, ou um irmão mais novo que não causa muitos problemas. «A pior coisa que já fiz foi ter fugido de casa. Queria ver miúdas. Fui castigado com uma semana», conta, de uma forma inocente e até divertida. Bieber quer convencer-nos de que é um santo mas a defesa cai pela base quando lhe é pedido para revelar os superpoderes que não enjeitaria possuir: «Gostava de voar... e de ler as mentes das raparigas.»

Protegido de Usher, desejado por Timberlake
No final de 2007, Justin e a mãe começaram a colocar vídeos no YouTube para que a família e os amigos que não podiam assistir às suas performances «caseiras» fossem capazes de o ver. Eram basicamente versões de artistas como Usher, Stevie Wonder, Ne-Yo, Justin Timberlake e Michael Jackson. Scooter Braun, um ex-executivo de marketing da etiqueta So So Def, descobriu as gravações e levou Bieber para Atlanta onde se encontrou com Usher. Uma semana depois, Bieber teve a oportunidade de cantar para o rapper, que se mostrou extremamente interessado. Foi-lhe então oferecida uma audição com Antonio «La Reid» e um contrato com a Island Records acabou por ser assinado em Outubro de 2008.

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