Grupo Pestana
"Neste momento, a nossa posição de abandonar a gestão do complexo não foi alterada. De qualquer maneira o significado desta visita é mostrar aquilo que estamos a fazer", afirmou Pedro Martins, administrador do grupo português em São Tomé e Príncipe.
Na sequência das acusações, que incluíam desrespeito pelos direitos humanos, feitas por uma comissão parlamentar são-tomense, o grupo Pestana manifestou a intenção de abandonar a partir de Novembro a exploração do empreendimento, propriedade da empresa Rotas de África, que gere sob concessão.
Quarta-feira, o primeiro-ministro, Rafael Branco, fez uma visita ao ilhéu, na companhia dos ministros da Agricultura, Xavier Mendes, das Obras Públicas e Infra-esturutras, Benjamim Vera Cruz, da Administração Interna e Territorial, Raul Cravide, e do Comércio e Indústria, Celestino Andrade.
Sempre acompanhado pelo administrador do grupo Pestana, Pedro Martins, o primeiro-ministro contactou com elementos das 14 famílias que moram no ilhéu, muitas das quais manifestaram descontentamento com a sua situação e pediram a Rafael Branco que encontre forma de receberem uma recompensa para abandonarem o local.
Para Pedro Martins, a visita do chefe do Governo "reforça a compromisso das obrigações que estão a ser cumpridas".
A visita do primeiro-ministro é "um conforto para reconsiderar a posição" de abandonar a gestão do "resort"
"Mas para isso tínhamos que ter uma garantia de que essas denúncias de violações dos direitos humanos não voltam a acontecer", adiantou o gestor.
Dos contactos entre o grupo e as autoridades são-tomenses resultou um entendimento para a reposição de água e a energia a curto-prazo, com a comparticipação do Estado, além da requalificação da aldeia onde subsistem as 14 famílias.
"Não está tudo resolvido, mas abrimos um espaço para que haja uma convivência pacífica, respeitando os compromissos das partes que estão envolvidas no processo", afirmou o chefe de governo.
"Vamos delimitar uma zona para a prática de cultura agro-pecuária e fazer formação na área do artesanato especificamente para aqueles que estão no desemprego", acrescentou.
Segundo Branco, dentro das "dificuldades do país", o Governo vai fazer esforço para que alguns problemas possam ser solucionados até final de Setembro.
As partes concordaram ainda a necessidade de construção de uma cantina, lavandaria, creche e escola, a médio e longo prazo.