A associação Zero defendeu este domingo, 21 de setembro, a criação de redes de corredores exclusivos para autocarros metropolitanos, não só nos eixos intermunicipais, mas também em parte dos percursos de autocarros e elétricos em Lisboa e no Porto.A Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável fez uma estimativa dos atuais tempos de viagem em transporte público, de carro privado e de bicicleta, entre as cinco freguesias mais populosas de cada Área Metropolitana de Lisboa e Porto e os respetivos centros económicos.Entre as conclusões do estudo, a Zero aponta que os corredores dedicados “permitiriam que o transporte público fosse mais rápido que o carro nos principais eixos de acesso a Lisboa e Porto”.A associação acrescenta também a “necessidade de reforçar a habitação acessível nos concelhos de Lisboa e Porto, tendo em conta a rede de transporte público eficaz”, e, quando tal não for possível, defende que deve existir “garantia de conexões eficazes em transporte público nos restantes concelhos das áreas metropolitanas”.A associação defende ainda a criação de Zonas de Zero Emissões (ZZE), com trânsito de veículos privados “fortemente condicionado”, além da eletrificação das carreiras de transporte público e reforço da sua frequência.O estudo foi realizado no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, que está a decorrer desde 16 de setembro, e fez uma estimativa dos atuais tempos de viagem entre as cinco freguesias mais populosas de cada Área Metropolitana (AM) de Lisboa e Porto e os respetivos centros económicos — Saldanha, em Lisboa, e Casa da Música/Boavista, no Porto.O total das cinco freguesias analisadas em cada uma das áreas metropolitanas (Algueirão/Mem Martins, Odivelas, Cascais/Estoril, São Domingos de Rana e Oeiras/Paço de Arcos/Caxias, na AML e Matosinhos e Leça da Palmeira, Senhora da Hora e São Mamede Infesta, Mafamude e Vilar Paraíso, Rio Tinto e Gondomar/Valbon e Jovim, na AMP) concentram entre 10% a 15% da sua população, segundo a associação ambientalista.De acordo com a Zero, os resultados do estudo revelam que, na hora de ponta da manhã (entre as 06:00 e as 9:00), para a maior parte dos trajetos avaliados o carro apresenta “tempos de viagem menores e o transporte público obriga a mais de um transbordo, o que reduz em grande medida a atratividade dos modos coletivos”.“A criação de corredores exclusivos para autocarros na rede metropolitana de vias rápidas e autoestradas que se prolonguem até ao centro económico dos concelhos de Lisboa e Porto onde deverão ter prioridade semafórica, permite que possam ser operados serviços expresso e tornar o transporte público regular mais rápido do que o automóvel nas horas ponta, em especial nas ligações radiais estruturantes”, explica a Zero.Em Lisboa, os resultados indicam que o transporte público continua mais lento do que a deslocação em automóvel privado, sobretudo para os municípios situados junto à Linha de Cascais, exigindo em média cerca de três transbordos.O caso da Área Metropolitana de Lisboa. No caso da Área Metropolitana de Lisboa, a Zero salienta o facto de três das cinco freguesias mais populosas se encontrarem nos concelhos de Cascais e Oeiras, entre a Linha de Cascais e a A5.Nestas freguesias, o tempo de viagem em carro privado é “quase metade do tempo de viagem em transporte público, pelo que tem prioridade máxima a criação de uma via dedicada aos autocarros metropolitanos na A5 que possa prolongar-se e ter paragem em interfaces dentro da cidade de Lisboa como nas Amoreiras, Marquês de Pombal, Saldanha, Entrecampos e Campo Grande”.Também no IC19 (que liga Sintra a Lisboa) até ao Campo Grande, via Segunda Circular, se justifica a rápida criação de um corredor exclusivo para autocarros metropolitanos, considera a Zero, tendo em conta “o afastamento em relação às estações de comboio de partes densamente povoadas da Linha de Sintra e como forma de gerar alternativas à sobrelotação do serviço ferroviário”.“Estes corredores, concebidos com paragens otimizadas, têm suporte na evidência de que a conjugação de prioridade semafórica com a redução do número de paragens pode encurtar entre 20% e 40% o tempo de viagem dos autocarros em rede”, refere.O caso da Área Metropolitana do Porto. Já na Área Metropolitana do Porto, e segundo o estudo, a bicicleta revela-se, em muitos percursos analisados, “mais rápida do que o automóvel privado quando se inclui o tempo necessário para estacionar e caminhar até ao destino”.A Zero sublinha, por isso, o grande potencial da bicicleta como meio de transporte relevante entre Matosinhos/Leça da Palmeira, Senhora da Hora/São Mamede de Infesta e Mafamude/Vilar do Paraíso e o centro do Porto, apontando que deve ser criado “um sistema de bicicletas partilhadas integrado no passe intermodal”, além do desenvolvimento de uma rede de ciclovias nas vias de maior tráfego.A Zero defende também com “muito alta prioridade” o estabelecimento de um corredor exclusivo para autocarros metropolitanos que “inclua a A43, a A20 e a saída no nó de Francos, uma vez que os tempos de viagem em transporte público, entre o centro geográfico da freguesia de Gondomar, Valbom e Jovim e a Casa da Música, chegam a ser o dobro dos tempos de viagem em carro privado”..Lisboa e Oeiras ligadas por MetroBus em 2028 num investimento superior a 90 milhões de euros.Metrobus do Porto fez primeiro ensaio após nove meses de espera