Vídeos de alunas da Faculdade de Engenharia do Porto captados e partilhados sem consentimento no WhatsApp
Fotografias e vídeos de alunas, captados sem consentimento alegadamente por elementos da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (AEFEUP), foram partilhados num grupo de WhatsApp.
O caso indignou a direção e a associação de estudantes da faculdade. A AEFEUP enviou mesmo um email à comunidade de alunos do estabelecimento de ensino, afirmando condenar “veementemente os acontecimentos recentes”, que considera “inaceitáveis e contrários aos valores” da comunidade académica.
A associação de estudantes, citada pelo JN, indica que haverá uma assembleia geral na qual “serão esclarecidos todos os detalhes pertinentes e fornecidas informações transparentes sobre os factos” e tomadas medidas quanto ao “afastamento dos membros envolvidos dos seus respetivos cargos”.
O periódico adianta que a captação e partilha de imagens sem consentimento terá ocorrido durante uma gala da AEFEUP por elementos da própria associação, inclusivamente membros que fazem parte da direção.
A direção da FEUP disse estar a acompanhar o assunto com “seriedade”, mas remeteu eventuais esclarecimentos “para a Assembleia Geral da AEFEUP, agendada para o início da próxima semana”.
O ministro da Educação, Ciência e Inovação, entretanto, disse esta sexta.feira desconhecer este caso, mas garantiu que qualquer situação de abuso “segue processos disciplinares e, em última análise, é um processo judicial”.
Fernando Alexandre consideraou ainda que a violência na internet “é um problema das nossas sociedades, da forma como nós vivemos e como as redes sociais foram e são usadas”.
A presidente da associação “Não Partilhes”, Inês Marinho, disse no Instagram que “várias raparigas foram fotografadas debaixo das mesas e, sucessivamente, por debaixo das saias” e que o grupo de WhatsApp que se baseia na partilha de conteúdos sobre alunas já existe “há alguns anos”. No entanto, um elemento da AEFEUP negou ao JN que a captação de imagens tenha acontecido da forma como Inês Marinho descreveu.