Ver e mostrar o mundo através do voluntariado em Cabo Verde

País é um dos destinos em que se pode fazer programas de voluntariado promovidos pela VidaEdu. Estas experiências podem durar de entre duas a 12 semanas.
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Muitos jovens encontram no voluntariado internacional uma forma de ajudar pessoas mas também conhecer o mundo. A VidaEdu é uma empresa portuguesa que proporciona experiências internacionais a jovens, incluindo voluntariado em 16 países entre África, América Latina e Ásia. Dos países de língua oficial portuguesa, Cabo Verde é o único destino que está na lista com as experiências de grupo já esgotadas para o verão.

Paulo Martins fundou a VidaEdu em 2010 depois de ver que ter uma experiência de voluntariado internacional era cara e apenas acessível a quem tivesse possibilidades. "Já estou nesta área desde 2007 e a grande razão da criação da VidaEdu foi tornar as experiências internacionais algo acessível a todas as pessoas", conta ao DN. Existem programas mais dispendiosos que outros mas sempre com a intenção de permitir que cada vez mais pessoas tenham experiências pelo mundo.

Além do voluntariado, a VidaEdu também oferece estágios profissionais e estágios remunerados, cursos de línguas em vários destinos, viagens educativas e anos sabáticos. Conforme os programas, a empresa ajuda a organizar partes da viagem como o alojamento, alimentação ou seguros. No final, o objetivo destas experiências é enriquecer a pessoa a nível cultural. "Se nunca sairmos o sítio que nos é confortável e do conhecimento que já temos, nunca vamos mais além. Temos de desenvolver competências e viajar e sair da zona de conforto é a melhor forma de o fazer. Quando se é jovem é a altura certa para se fazer tudo isto", diz Paulo Martins.

Cabo Verde, Quénia, Tanzânia, Costa Rica, Nepal, Índia ou Vietname, são alguns dos países em que se pode escolher fazer voluntariado internacional. A VidaEdu criou este leque de destinos para que as pessoas tenham várias opções e escolham aquilo que lhes interessa mais. "Temos em conta a segurança e isso é obrigatório. Não organizamos programas em locais que não sejam seguros", afirma o fundador. No entanto, explica que certas cidades dos países podem não ser seguras mas que isso não se aplica a todas. Dá o exemplo da África do Sul em que algumas cidades são seguras e outras nem tanto mas que não se pode afirmar que todo o país não é seguro. Os programas podem ter a duração de 2 a 12 semanas e podem ser feitos em grupo ou individualmente.

Para Cabo Verde existem três programas que os voluntariados podem escolher: o projeto social com crianças, o de ensino e o de construção comunitária. O projeto social consiste na organização de atividades educacionais e de entretenimento, o de ensino consiste em aulas de inglês através de atividades e a construção comunitária na renovação e construção de infraestruturas de escolas, casas de família e outros espaços.

Bruno Novo, de 28 anos, esteve dez dias no Tarrafal, em Cabo Verde, e ajudou no programa de construção comunitária. Ajudou na recuperação de duas salas de aula e ainda ajudou um pouco com as aulas de inglês.

Bruno dedica-se a preparar atletas de alto rendimento e ajudá-los a alcançar os seus objetivos. Enquanto passava por um momento complicado na sua vida recorreu a um psicólogo para o ajudar e que lhe recomendou fazer voluntariado para se dedicar um pouco aos outros. "Ele sugeriu fazer a nível nacional mas achei que seria uma boa altura para sair da minha zona de conforto. Gosto de me desafiar tanto a nível pessoal como profissional e o voluntariado em Cabo Verde foi uma forma de o fazer", conta Bruno ao DN. O voluntariado sempre foi um objetivo seu e sempre foi curioso em relação à experiência mas não era algo prioritário. Dos seus dias no Tarrafal, o personal trainer lembra o carinho que recebeu das crianças com quem esteve em contacto. "Enchiam-nos o coração de amor e nós valorizamos estes pequenos gestos que é um abraço, um sorriso, um carinho".

Paulo Martins não consegue contabilizar exatamente quantas crianças o voluntariado apoiou nos últimos anos, mas considera que têm tido a oportunidade de mostrar alguma coisa do mundo com o apoio que têm dado a estes meninos. "Sem elas saírem de Cabo Verde conseguem ter uma perspetiva diferente do mundo. É importante para todos, tanto para os portugueses como para as crianças", afirma o fundador da empresa.

No futuro a VidaEdu quer começar projetos dedicados à agricultura biológica e à área da saúde para impactar a comunidade de novas formas.

sara.a.santos@dn.pt

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