O secretário-geral da UGT, Mário Mourão
O secretário-geral da UGT, Mário MourãoMANUEL DE ALMEIDA/LUSA

UGT: Ministra do Trabalho "não tem jeito" para criar ambiente negocial

Mário Mourão afirmou que a governante "é uma técnica" mas, apesar da falta da sua falta de vocação para gerar consensos, a central sindical mantém-se à mesa das negociações.
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O secretário-geral da UGT, Mário Mourão, criticou esta quinta-feira, 27 de novembro, a postura da titular da pasta do Trabalho, classificando-a como uma mera "técnica" desprovida de vocação para o diálogo social, embora garanta que a central sindical não abandonará as negociações.

"A senhora ministra [do Trabalho] é uma técnica. Não tem jeito para criar ambiente e clima negocial, mas não é por isso que a UGT não continuará à mesa", afirmou Mário Mourão citado pela Lusa.

O líder sindical falava à margem do debate "As razões para enfrentar a contrarreforma laboral", promovido pela Associação Causa Pública, em Lisboa. Para a UGT, a falta de perfil negocial da governante não impede a tentativa de diálogo, mas o sindicalista sublinha que estão em causa "situações muito graves" no anteprojeto de lei do Governo, que terão impacto direto na vida dos trabalhadores.

Apesar das críticas, a UGT e a CGTP mantêm a convocatória de Greve Geral para o dia 11 de dezembro. Em reação, a Ministra do Trabalho, que em entrevista à RTP classificou a paralisação como "um instituto danoso" e "inoportuno", mostrou-se convicta de que o protesto irá avançar.

Mário Mourão confirmou à Lusa que, após uma audiência "bastante construtiva" em São Bento com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a ministra, a greve é para manter, esperando uma adesão "bastante significativa" para dar força negocial aos sindicatos.

Cedências insuficientes

Após o anúncio da paralisação, o ministério entregou à UGT uma nova proposta. O documento cede na reposição dos três dias de férias abolidos durante a 'troika' e na simplificação de despedimentos em médias empresas, mas mantém linhas vermelhas para os sindicatos, como o regresso do banco de horas individual e o levantamento de restrições ao 'outsourcing' após despedimentos.

Para a UGT, estas alterações são "muito pouco" para desconvocar o protesto, restando a greve como "oportunidade" para quando o diálogo falha.

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