Trabalhadores de norte a sul do país vão manifestar-se este sábado, dia 8 de novembro, em Lisboa, numa ação convocada pela CGTP, para "dar um sinal ao Governo" para que recue e retire o anteprojeto de revisão laboral da discussão.Sob o mote "Todos a Lisboa", a manifestação convocada pela central sindical liderada por Tiago Oliveira, com início previsto para as 14:30 de sábado, prevê duas pré-concentrações na capital: os trabalhadores do setor público vão juntar-se nas Amoreiras e os do setor privado no Saldanha, sendo que ambas vão "desaguar" no Marquês de Pombal, terminando nos Restauradores.Em declarações à Lusa, o secretário-geral da CGTP disse esperar que a manifestação seja "um grande momento de denúncia" e de "afirmação" da luta dos trabalhadores contra o anteprojeto de revisão laboral do Governo, que está a ser discutido em sede de Concertação Social."É preciso neste momento dar um sinal ao Governo de que tem que recuar na construção do pacote laboral", afirmou Tiago Oliveira, considerando que o anteprojeto "é profundamente negativo para o mundo do trabalho".Lembrando ainda as manifestações em Lisboa e no Porto de 21 de setembro e a greve da Administração Pública de 24 de outubro, o secretário-geral da CGTP reiterou que o objetivo é "trazer os trabalhadores para Lisboa" para que o "Governo possa olhar para aquilo que é a verdadeira dimensão da indignação da maioria dos portugueses" e retire o pacote da discussão.Para assegurar a participação dos trabalhadores que trabalham ao fim de semana foram emitidos vários pré-avisos de greve, nomeadamente nos setores do "comércio, setor de serviços, restauração, hotelaria" e "algumas indústrias", adiantou ainda Tiago Oliveira.A CGTP tem vindo a insistir que o anteprojeto do Governo representa "um verdadeiro retrocesso" nos direitos dos trabalhadores e aponta que há propostas de alteração inconstitucionais.O anteprojeto do Governo para revisão da legislação laboral, que está a ser debatido com os parceiros sociais, prevê a revisão de “mais de uma centena” de artigos do Código de Trabalho.As alterações previstas na proposta - designada "Trabalho XXI" e que o Governo apresentou em 24 de julho como uma revisão “profunda” da legislação laboral - visam desde a área da parentalidade (com alterações nas licenças parentais, amamentação e luto gestacional) ao trabalho flexível, formação nas empresas ou período experimental dos contratos de trabalho, prevendo ainda um alargamento dos setores que passam a estar abrangidos por serviços mínimos em caso de greve..CGTP espera milhares de pessoas em Lisboa e Porto contra revisão da lei laboral.Patrões defendem revisão da lei laboral, mas UGT traça linha vermelha