Trabalhadores da rádio e televisão públicas galegas exigem demissões por “ocultarem gravidade” dos incêndios

Trabalhadores da rádio e televisão públicas galegas exigem demissões por “ocultarem gravidade” dos incêndios

Protesto do Comité Intercentros da CSAG dirige-se à chefia de direção, nomeada pela Xunta de Galicia liderada por Alfonso Rueda, do Partido Popular da Galiza (PPdeG).
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O Comité Intercentros da Corporación de Servizos Audiovisuais de Galicia (CSAG) exigiu a demissão do diretor e da subdiretora de informação, acusando-os de “inação deliberada” para “ocultar a gravidade da situação relativa aos incêndios que assolam a Galiza”.

Em comunicado, os representantes defendem que os atuais detentores dos cargos devem ser substituídos “por profissionais da redação capazes de liderar” a cobertura e descrevem que o pessoal sentiu “vergonha, impotência e raiva pela apatia e irresponsabilidade dos seus supervisores”.

O texto lamenta que os serviços informativos da TVG e da Radio Galega “estejam ausentes do papel que devem desempenhar como primeira fonte de informação de serviço público para a cidadania perante uma emergência como a que representam os maiores fogos da história do país”.

A CSAG — anteriormente CRTVG — é dirigida desde julho pela jornalista Concepción Pombo. É nesse enquadramento que o Comité Intercentros formaliza o pedido de cessação de funções na área de informação, atribuindo à atual chefia a responsabilidade editorial pela cobertura, que contestam.

O protesto visa a direção de informação da radiotelevisão pública e, por tutela direta, o governo regional da Galiza, liderado por Alfonso Rueda, presidente do PPdeG (Partido Popular da Galiza), que governa com maioria absoluta desde 2024. A nota dos trabalhadores não formula quaisquer acusações diretas ao governo central espanhol, liderado pelo PSOE.

Um contexto político de tensão

O protesto insere-se num histórico de tensão interna na CSAG, marcada por denúncias recorrentes de ingerência política nos alinhamentos noticiosos.

Desde 2018, jornalistas e técnicos promovem concentrações semanais conhecidas como “Venres Negros” (Sextas-feiras Negras), vestindo de preto para contestar a alegada falta de pluralismo e exigir o que chamam de independência editorial.

A atual contestação surge, segundo os trabalhadores, como resposta a um caso extremo de “silenciamento” de um acontecimento de relevância nacional, reforçando o debate sobre a autonomia dos meios públicos sob governos regionais.

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