Trabalhadores da Nobre cumprem 17.ª greve e registam 87% de adesão

Trabalhadores da Nobre cumprem 17.ª greve e registam 87% de adesão

A greve a 17.ª realizada desde fevereiro de 2023 por falta de resposta ao caderno reivindicativo em que os trabalhadores exigem um aumento salarial de 150 euros, a valorização do subsídio de refeição e do trabalho noturno, a implementação de diuturnidades, 25 dias de férias e o fim do recurso à contratação precária.
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 Os trabalhadores da empresa Nobre, em Rio Maior, cumpriram esta sexta-feira a 17.ª greve, com uma adesão de 87%, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB).

"A paralisação de hoje teve uma adesão de 87% dos trabalhadores, que manifestaram a intenção de continuar a luta, uma vez que a empresa não acedeu a discutir as reivindicações, tendo até, unilateralmente, decidido retirar direitos como a majoração dos dias de férias a quem não tivesses faltas", disse à agência Lusa Inês Santos do SINTAB.

A greve, convocada pelo SINTAB, é a 17.ª realizada desde fevereiro de 2023 por falta de resposta ao caderno reivindicativo em que os trabalhadores exigem um aumento salarial de 150 euros, a valorização do subsídio de refeição e do trabalho noturno, a implementação de diuturnidades, direito a 25 dias de férias e o fim do recurso à contratação precária, entre outras reivindicações.

"A proposta da administração foi de um aumento entre os cinco e os 10 euros, o que mais do que uma proposta séria parece ser a gozar com os trabalhadores", acrescentou a sindicalista.

Depois de, nos últimos meses, terem feito uma paralisação mensal de um dia, os trabalhadores decidiram agora "não marcar para já a data da próxima greve", ficando essa decisão agendada para "um plenário que irá realizar-se na primeira semana de janeiro".

O dirigente sindical Diogo Lopes explicou à agência Lusa que "o plenário servirá também para atualizar o caderno reivindicativo que será apresentado à administração em 2025".

De acordo com o sindicato o diálogo com a empresa está suspenso "desde as últimas cinco greves", com a ausência de respostas por parte da administração às moções "entregues após aprovação em cada greve".

Contactada pela Lusa a empresa Nobre, sediada em Rio Maior, no distrito de Santarém, confirmou estar a decorrer "uma paralisação por parte dos colaboradores da fábrica, impactando a atividade diária da mesma".

Na resposta enviada por 'email' a empresa afirmou estar "atenta às necessidades" dos colaboradores e "manter reuniões frequentes e construtivas com os sindicatos para abordar as questões em causa de forma positiva e transparente".

Na resposta, a empresa reiterava ainda "o compromisso em dar continuidade a este diálogo regular, procurando, em conjunto, encontrar o caminho mais equilibrado para o futuro".

De acordo com o sindicato, desde julho, os trabalhadores não obtiveram qualquer resposta às reivindicações.

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