Tó Jó já está em liberdade. "É um homem novo, mudado"

Homem que esfaqueou mortalmente os pais em 1999, em Ílhavo, saiu esta manhã da prisão em liberdade condicional

Condenado a 25 anos de prisão por ter esfaqueado mortalmente os pais em 1999, em Ílhavo, António Jorge Machado, conhecido como Tó Jó, saiu esta manhã do estabelecimento prisional de Coimbra em liberdade condicional, confirmou o advogado.

Tó Jó deixou a prisão por uma porta lateral, ludibriando os jornalistas que se concentravam num outro acesso ao estabelecimento, cerca das 8:00.

De acordo com o advogado, Tó Jó é atualmente um "homem novo, mudado".

Em declarações à agência Lusa, o advogado Pedro Vidal disse que Tó Jó, atualmente com 40 anos, está "completamente diferente" e sente-se feliz, adiantando que "isto para ele foi um renascer".

"Ele está esperançoso que a vida lhe corra bem. Quer acabar o curso, quer arranjar um emprego na área dele e seguir uma vida normal", disse o advogado que acompanha Tó Jó há cerca de três anos.

O causídico referiu ainda que António Jorge Machado está "profundamente arrependido" de ter praticado o crime, afirmando que "está tudo bastante dirimido dentro dele".

"Aquela situação cristalizou lá atrás. Falar na situação dói-lhe imenso. Se o conseguirem deixar em paz ele vai conseguir fazer uma vida boa", concluiu.

Tó Jó irá viver para casa de um familiar em Coimbra, de onde não poderá ausentar-se por mais de cinco dias sem autorização do Tribunal. Terá ainda de manter uma conduta socialmente adequada e dedicar-se, com regularidade, a uma ocupação escolar ou laboral e efetuar o apoio psicológico que se vier a mostrar necessário.

António Jorge Machado foi condenado pelo Tribunal de Ílhavo, em 17 de abril de 2001, a duas penas parcelares de vinte e três anos de prisão, pela prática de dois crimes de homicídio qualificado, tendo-lhe sido aplicada uma pena única de 25 anos, em cúmulo jurídico.

A então mulher de Tó Jó e um amigo, coarguidos no mesmo processo, foram absolvidos, por falta de provas.

Tó Jó encontrava-se detido no estabelecimento prisional de Coimbra desde 16 de agosto de 1999, quando foi detido pela Polícia Judiciária, tendo cumprido dois terços da pena em abril de 2016.

O duplo homicídio que ocorreu na noite de 11 para 12 agosto de 1999 em Ílhavo, Aveiro, ficou conhecido como "crime satânico", por ter ocorrido poucas horas após o último eclipse solar do século XX e pelo facto de os suspeitos integrarem um grupo de "death metal".

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