"Tabela tem 20 anos". UE quer atualização dos critérios de rastreio do cancro
Os 27 pediram esta sexta-feira à Comissão Europeia para atualizar a tabela de critérios para o rastreio do cancro em toda União Europeia. O ministro da Saúde português concorda, uma vez que a recomendação em vigor já "tem 20 anos".
Manuel Pizarro dá um exemplo: "No caso do cancro da mama, [passa-se a] abranger mulheres mais jovens e mais velhas do que [o estabelecido] no atual programa de rastreio", afirmou. O governante acrescentou que "este programa vai agora ser estendido também ao cancro do pulmão, ao cancro da próstata e ao cancro do estômago, em certos casos".
A medida pode ainda tardar a ser aplicada a nível europeu, mas o ministro da saúde afirma que em termos nacionais vai avançar sem demora. "No caso concreto de Portugal, nós vamos começar a trabalhar de imediato e eu julgo que para qualquer um destes casos haverá já, em 2023, programas piloto", afirmou.
"O rastreio do cancro do pulmão é dirigido aos grandes fumadores, que são os que estão em risco. O rastreio do cancro do estômago é dirigido a pessoas que estão também em maior risco, e nós sabemos quais são as comunidades em Portugal onde esse risco é mais significativo. E o rastreio do cancro da próstata será dirigido a todos os homens com idade superior a 55 ou 60 anos, conforme os casos", detalhou.
O ministro admitiu, no entanto, que apesar de se tratar de uma medida positiva, vai representar mais pressão sobre os serviços. "O programa de rastreio ao cancro do pulmão é dirigido aos grandes fumadores com tomografia axial computorizada, TAC, de baixa dose. Vai detetar muitas lesões que, não sendo cancerígenas, vão obrigar a uma investigação médica", exemplificou.
Isto "quer dizer que nós temos que ter equipas preparadas para depois dar resposta àquilo que os rastreios fizerem aparecer", afirmou o governante.