Suspeito de ter incendiado carros em Benfica fica em prisão preventiva
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Suspeito de ter incendiado carros em Benfica fica em prisão preventiva

Na madrugada desta quarta-feira foi detido o suspeito de ter ateado fogo a cerca de 10 automóveis na freguesia de Benfica, em Lisboa.
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O homem, de 44 anos, que foi detido na madrugada desta quarta-feira por suspeita de atear fogo a cerca de uma dezena de carros na freguesia de Benfica, em Lisboa, ficou em prisão preventiva, segundo apurou o DN. 

Cerca de 10 viaturas foram incendiadas em três ruas da freguesia da capital, conforme disseram fontes da PSP e dos Sapadores Bombeiros à Lusa, sendo que a detenção do suspeito ocorreu por volta das 02:00, de acordo com a polícia. 

PSP referiu, em comunicado, que o homem foi detido em flagrante delito, tendo-lhe sido "apreendido diverso material suspeito de ter sido utilizado na deflagração dos referidos focos de incêndio".

"Os polícias empenhados fizeram uso dos extintores presentes nos carros de patrulha, para, em conjunto com o Regimento de Sapadores de Bombeiros, combater os focos de incêndio", segundo a PSP.

Estes atos de vandalismo em Benfica ocorreram depois de na noite de sábado para domingo terem igualmente sido incendiados na freguesia 11 veículos ligeiros e três motociclos, num caso que obrigou a um reforço do policiamento na zona

Sobre os incidentes, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, apelou na manhã desta quarta-feira à serenidade, considerando que deve haver tolerância zero para com estes crimes, além de reforço policial em toda a cidade. 

"Eu tenho vindo a pedir aos vários ministros da Administração Interna mais PSP. Em Lisboa, a PSP não tem o número de polícias que deveria ter. Lisboa, em 2010, tinha 8.000 [agentes da] PSP. Hoje tem 6.700. Ou seja, numa cidade completamente diferente de 2010, Lisboa tem menos polícia. Não pode ser. Temos de ter mais Polícia de Segurança Pública e temos também de ter mais Polícia Municipal. E a Polícia Municipal tem de reforçar as suas competências, que é aquilo que eu sempre defendi", afirmou, em declarações aos jornalistas à margem de uma iniciativa sobre preparar a cidade para grandes emergências, como sismos ou 'tsunamis'.

Após a morte de Odair Moniz, baleado mortalmente por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro no bairro da Cova da Moura, na Amadora, mais de 140 ocorrências de "desordem e incêndio" foram registadas na Área Metropolitana de Lisboa, com sete feridos e danos em meia centena de veículos, tendo já sido detidos 23 suspeitos, segundo a PSP.

Em comunicado hoje divulgado, a PSP adianta que ao todo há 147 ocorrências registadas em 12 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa: Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Odivelas, Oeiras, Seixal, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

Existiu ainda um incêndio num ecoponto na cidade de Leiria.

Relativamente aos incidentes verificados desde 21 de outubro, a PSP reitera que foram registadas "várias ocorrências de desordem e de incêndio em mobiliário urbano (maioritariamente em caixotes do lixo), essencialmente na Área Metropolitana de Lisboa".

Além de 23 suspeitos detidos, outros 23 foram identificados.

Sete pessoas ficaram feridas, duas das quais polícias, que foram apedrejados, e cinco cidadãos foram "esfaqueados" ou ficaram com queimaduras, entre os quais o motorista de um autocarro que ardeu em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, que sofreu ferimentos graves.

Ainda de acordo com a PSP, na sequência dos desacatos, desde a semana passada 39 automóveis e oito motociclos foram incendiados.

Seis autocarros também sofreram danos, tendo quatro sido incendiados e dois apedrejados.

Cinco viaturas da PSP foram igualmente danificadas -- "baleadas, incendiadas, apedrejadas" - e foram arremessados "engenhos pirotécnicos" contra uma esquadra da polícia.

Com Lusa e SH

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