PJ diz que submarino com 6,5 toneladas de cocaína foi o primeiro a ser apreendido em pleno oceano
O diretor nacional da Polícia Judiciária revelou esta terça-feira que o semi-submersível apreendido com 6,5 toneladas de cocaína ao largo dos Açores vinha da América do Sul e puxou dos galões sobre a relação entre a PJ e as forças armadas.
"Fomo-nos aproximando da Guardia Civil [de Espanha] e dos nossos colegas britânicos para fazer o match. Só se partilha informação com quem se confia. Estamos particularmente satisfeitos enquanto país em fazer parte desta apreensão. Enquanto instituição de luta contra crime organizado, o caso português [de relação com as forças armadas] é um estudo de caso de sucesso internacional. Fica uma palavra de profundo reconhecimento à Marinha e Força Aérea, que há anos que participam neste desmantelamento. É uma guerra contra o crime organizado", afirmou Luís Neves na sede da PJ, em Lisboa, realçando que se trata do primeiro semi-submersível a ser apreendido em pleno oceano.
Os chefes do Estado-Maior da Armada e da Força Aérea, Jorge Nobre de Sousa e Cartaxo Alves, sublinharam a ideia de que a "relação muito harmoniosa" entre estas instituições do Estado é um caso de estudo, como se comprovou nesta "operação complexa".
As 6,5 toneladas de cocaína apreendidas deverão chegar a terra ainda esta terça-feira.
A Polícia Judiciária (PJ), em conjunto com outras autoridades portuguesas e espanholas, apreendeu um submarino com 6,5 toneladas de droga a cerca de 500 milhas dos Açores, com cinco pessoas a bordo.
A informação foi avançada esta terça-feira pela CNN, tendo a PJ referido em comunicado que o submarino era "utilizado por uma organização criminosa transnacional", que tinha como destino a Península Ibérica. Já em território europeu, a droga seria distribuída por vários países.
A operação, que tem o nome de "Nautilus", aconteceu durante os últimos dias e contou com a colaboração das polícias portuguesas e espanholas.
Além da PJ, participaram nesta investigação a Marinha e a Força Aérea portuguesas, a Guardia Civil de Espanha, a Drug Enforcement Administration dos Estados Unidos da América e a National Crime Agency do Reino Unido.
O inquérito está a ser dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e a investigação está a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ.
Esta investigação teve origem em informações partilhadas pela Guardia Civil no Maritime Analysis and Operations Centre -- Narcotics (MAOC-N), que tem sede em Lisboa.