Não tem teclado nem ecrã. Mas o telemóvel do futuro foi "roubado" há 20 anos
O Alo foi apresentado no final do mês janeiro e quer ser o smartphone do futuro. Este dispositivo não tem teclado nem ecrã e projeta em 3D as mensagens, imagens e vídeos. Além de ler em voz alta as mensagens e e-mails, o Alo permite ditar mensagens ao invés de escrever.
O telemóvel é gelatinoso - para se adaptar melhor à mão - e tem uma pele que se repara automaticamente assim que é danificada. "É a verdadeira inteligência artificial", disse o designer Jerome Olivet, numa entrevista ao site de arquitetura e design Dezeen.
A apresentação do Alo atraiu a atenção de várias pessoas e meios de comunicação social que divulgaram este projeto mas, esta semana surgiu uma polémica sobre a verdadeira autoria do Alo.
Olivet apresentou o Alo no seu site dizendo que o tinha criado em parceria com o designer Philippe Starck, um dos mais aclamados no mundo da tecnologia e design. Contudo, Starck emitiu um comunicado esta quinta-feira em que acusa Olivet de divulgar informações falsas e roubar um projeto que fez há mais de 20 anos.
Stark afirma que criou o Alo sozinho em 1996, quando era diretor artístico da empresa de eletrónica Thomson, onde Olivet também trabalhava, e que apenas descobriu que a sua ideia estava a ser usada por outra pessoa pelos meios de comunicação.
Philippe Starck disse estar "orgulhoso por ver um projeto com mais de 20 anos ainda descrito como revolucionário", mas diz que tudo não passa de "informações falsas divulgadas por uma pessoa que está obviamente à procura de sucesso". No mesmo comunicado, o famoso designer ameaça colocar Olivet em tribunal, segundo a revista de arquitetura e design Dezeen.
No site de Starck o projeto também aparece como uma criação antiga, feita em 1996.
Olivet respondeu ao comunicado de Starck dizendo que o Alo tinha a longevidade da Mona Lisa de Da Vinci. "A Mona Lisa de Leonardo Da Vinci tem mais de 500 anos e continua linda e enigmática. O tempo não conta quando a ideia é boa", disse Olivet.
"Considero o Alo uma resposta mais eficaz [agora] do que há 20 anos", continuou o designer, segundo a Dezeen. "O Alo é a visão do smartphone de amanhã".
Oliver afirmou que vai continuar a desenvolver o produto mesmo sem Starck e, por outro lado, este garantiu que se vai "opor à apropriação ou reciclagem" dos seus trabalhos passados.