Situação de Alerta em Portugal Continental até terça. Exército reforça dispositivo em 12 patrulhas
Os ministérios da Administração Interna, da Defesa Nacional, da Saúde, das Infraestruturas e Habitação, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, do Ambiente e Energia e da Agricultura e Pescas declararam situação de alerta em todo o Portugal Continental este domingo, segundo comunicado enviado às redações, devido ao risco de incêndio.
O período de alerta é entre as 13:00 horas deste domingo e as 23:59 de terça-feira, dia 17 de setembro.
Segundo o comunicado, os Ministérios adotaram várias medidas preventivas devido às previsões meteorológicas e risco de incêndios previsto pelo Institudo Português do Mar e da Atmosfera.
As medidas irão proibir o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, a realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração, realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria e a utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos.
No entanto, segundo o comunicado, a proibição não abrange trabalhos associados à alimentação e abeberamento de animais, ao tratamento fitossanitário ou de fertilização, extração de cortiça por métodos manuais, trabalhos de construção civil, trabalhos de colheita de culturas agrícolas com a utilização de máquinas
A declaração de situação de alerta implica também resposta operacional por parte da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Polícia de Segurança Pública (PSP), mobilização de equipas de emergência médica, de saúde pública e apoio social,as equipas de Sapadores Florestais afeta ao Dispositivo de combate.
A Proteção Civil vai também emitir avisos à população sobre o perigo de incêndio rural.
“O Governo agradece o esforço desenvolvido por todas as entidades e autoridades operacionais envolvidas que contribuem para a segurança de todos e relembra a toda a população que se há risco, não arrisque”, lê-se no comunicado.
Também a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) anunciou este domingo o aumento do estado de alerta e prontidão dos meios de socorro para o nível mais elevado na segunda e terça-feira devido ao risco de incêndio na generalidade do continente.
O Exército Português reforçou também dispositivo de prevenção a incêndios já existente em 12 patrulhas de vigilância e detecção, nos distritos de Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Santarém e Viseu. Agora conta-se com um total de 36 Patrulhas, empenhando 80 militares por dia.
Numa conferência de imprensa em Carnaxide, Oeiras, o comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, apelou mais uma vez aos cidadãos que colaborem com as autoridades e evitem comportamentos de risco nestes dias, adotando medidas de proteção face a eventuais situações de perigo.
"Vamos passar três dias muito complicados em termos de incêndios rurais", disse.
A ANEPC já iniciou a emissão de avisos à população, através de SMS, sobre o perigo de incêndio rural.
Perímetro florestal da Serra de Sintra encerrado devido a risco elevado de incêndio rural
O perímetro florestal da Serra de Sintra encerrou às 13:00 deste domingo e assim vai permanecer enquanto perdurar a situação de alerta das condições meteorológicas com agravamento do risco de incêndio rural, informou a autarquia local.
A declaração de alerta para todo o território do Continente compreende o período entre as 12:00 de hoje e as 23:59 de terça-feira.
Em consequência das condições meteorológicas adversas e risco de incêndio florestal, e por forma a garantir a salvaguarda do património natural e cultural e a segurança de pessoas e bens, não só o perímetro florestal da Serra de Sintra estará encerrado como também os monumentos localizados no interior de zonas florestais permanecerão fechados.
Assim, no perímetro florestal da Serra de Sintra vigora, até às 23:59 de terça-feira, a proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais (pessoas e veículos), assim como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem.
Excetuam-se desta proibição os veículos de moradores e de empresas aí sediadas, veículos de socorro, veículos de emergência e das entidades integrantes do Sistema Municipal de Proteção Civil.
Durante a situação de alerta, os monumentos de Sintra que se encontram situados no interior da área interdita, e por isso encerrados são: o Parque e Palácio Nacional da Pena, Castelo dos Mouros, Santuário da Peninha, Convento dos Capuchos, Chalet da Condessa D'Edla, Parque e Palácio de Monserrate.
A Quinta da Regaleira, Palácio Nacional da Vila de Sintra e o Palácio Nacional de Queluz permanecem abertos ao público durante este período, sem qualquer alteração ao seu funcionamento habitual.
A Serra de Sintra está integrada numa "região de proteção classificada sensível ao risco de incêndio florestal, caracterizada por um elevado número de visitantes". "Torna-se assim fundamental acautelar a sua proteção, manutenção e conservação considerados objetivos do interesse público, de âmbito mundial, nacional e municipal", justifica a Câmara Municipal de Sintra.
A autarquia informa ainda que não é permitida a realização de trabalhos em espaço rural e na envolvente de áreas edificadas com recurso a motorroçadoras, corta-matos e destroçadores, todos os equipamentos com escape sem dispositivo tapa-chamas, equipamentos de corte, como motosserras ou rebarbadoras, ou a operação de métodos mecânicos que, na sua ação com os elementos minerais ou artificiais, possam gerar faíscas ou calor.