Sindicato dos Quadros Bancários disponível para greve geral de três dias
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Sindicato dos Quadros Bancários disponível para greve geral de três dias

Para a estrutura sindical, os lucros da banca em 2023 e os resultados já do primeiro trimestre deste ano tornam evidente que a "banca tem todas as condições para fazer aumentos salariais que permitam recuperar o poder de compra dos bancários" e que os bancos devem fazê-lo "em nome da paz social".
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O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) disse esta terça-feira, em comunicado, que está disponível para uma greve geral dos sindicatos bancários de até três dias se todos concordarem.

Nesta terça-feira decorre uma reunião entre os sindicatos do setor bancário para definir uma estratégia para conseguir melhores aumentos salariais, numa altura em que rejeitaram as propostas apresentados pelos bancos por considerarem muitos baixas face ao custo de vida e ao lucro que a banca tem apresentado.

Em comunicado hoje divulgado, o SNQTB disse que "privilegia o diálogo mas este não pode ser limitador em caso de impasse lesivo para os interesses dos trabalhadores bancários, ativos e reformados", pelo que a direção decidiu mandatar os seus representantes para poderem "decretar uma greve geral conjunta até três dias, se for esse o entendimento de todos os sindicatos".

Para o SNQTB, os lucros da banca em 2023 e os resultados já do primeiro trimestre deste ano tornam evidente que a "banca tem todas as condições para fazer aumentos salariais que permitam recuperar o poder de compra dos bancários" e que os bancos devem fazê-lo "em nome da paz social".

Estão a decorrer as negociações entre os sindicatos e os bancos que subscrevem o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do setor para aumentos salariais deste ano, propondo o grupo negociador da banca atualizações de 2,5%, valor revisto face ao valor anterior de 2%, mas que os sindicatos também rejeitam.

Há, contudo, bancos que têm contratação coletiva própria, caso da CGD e do BCP que propõem 3,4% e 2,25%, respetivamente.

Os cinco maiores bancos que operam em Portugal registaram lucros agregados de 4.444 milhões de euros em 2023, mais 72,5% face a 2022, beneficiados pelo aumento das taxas de juro.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD, banco público) foi o que conseguiu os maiores lucros, com 1.291 milhões de euros. O Santander Totta teve lucros de 1.030 milhões de euros, o BCP 856 milhões de euros, o Novo Banco 743,1 milhões de euros e o BPI 524 milhões de euros

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