Obstetrícia, Ginecologia e Pediatria são os serviços afetados.
Obstetrícia, Ginecologia e Pediatria são os serviços afetados.Artur Machado/Global Imagens

Santa Maria chegou a ter tempo de espera de mais de 16 horas. Maior afluência e casos complexos explicam demora

Região de Lisboa e Vale do Tejo é a com mais serviços sem atendimento hoje. O tempo de espera mais prolongado verificou-se no hospital Santa Maria, em Lisboa.
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Os doentes considerados urgentes chegaram a aguardar neste domingo mais de 16 horas para serem atendidos nas urgências do Hospital Santa Maria, em Lisboa, segundo o portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O presidente do Conselho de Administração do Hospital Santa Maria, em Lisboa, justificou o elevado tempo de espera para doentes urgentes com o aparecimento de "doentes mais complexos", mas garantiu que a unidade hospitalar tem capacidade instalada.

"Ontem [sábado], de facto, tivemos uma situação anómala, ou seja, um crescimento superior àquilo que era a casuística das últimas semanas", afirmou o presidente do Conselho de Administração do hospital, Carlos Martins, em declarações aos jornalistas.

Segundo o responsável, recorreram àquela unidade hospitalar mais doentes de hospitais envolventes, assim como "doentes mais complexos".

"É normal nesta altura do ano. Foi uma conjugação de vários fatores, entre eles alguns doentes emergentes em simultâneo, o que acaba por desregular", observou.

Pelas 13:50, o tempo de espera para os doentes urgentes naquele que é o maior hospital do país era de 2,44 horas, mas, pelas 11:00, chegou a ser superior a 16 horas.

Carlos Martins assegurou que o elevado tempo de espera não se relaciona com a falta de médicos, uma vez que "as dotações estão de acordo com o estava planeado".

"Não temos falta de médicos, os meios estão a funcionar", afirmou, acrescentando que, apesar da capacidade de internamento, na segunda-feira está previsto um reforço dessa capacidade.

"Amanhã [segunda-feira] é o início de uma semana que se antevê complexa, diria difícil, e vamos abrir mais 10 camas para doenças respiratórias", avançou, acrescentando que, a partir de segunda-feira de manhã, serão também disponibilizadas "25 camas de proximidade".

"Os meios estão cá, estão reforçados. Não pensamos em ativar a primeira fase do plano de contingência, mas dizer com toda a tranquilidade e responsabilidade que se necessário for, ativaremos", acrescentou.

O presidente do Conselho de Administração salientou ainda que o plano sazonal de inverno "está a funcionar sem qualquer problema" e que, prova disso foram as últimas duas semanas que, habitualmente são "muito críticas" e foram passadas "com tranquilidade".

Já o hospital Fernando Fonseca, também conhecido como Amadora-Sintra, apresentava um tempo de espera médio de 06:33 horas para doentes urgentes, estando oito pessoas em espera.

Quanto aos doentes muito urgentes, o tempo de espera médio estimado é de 02:00 horas, havendo uma pessoa na fila, e os doentes menos urgentes têm de esperar mais de 13 horas cada para serem atendidos.

Também o hospital de Vila Franca de Xira, que pertence à Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo (ULS), o tempo médio de espera para doentes urgentes era de 05:31 horas, com oito pessoas à espera de serem atendidos.

Para os doentes menos urgentes o tempo de espera supera as 10 horas, mas para os doentes muito urgentes é de cerca de uma hora.

No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, os tempos de espera para os doentes urgentes são de 04:00 horas, com 37 pessoas em fila. Já para os doentes menos urgentes o tempo de espera reduz para metade, cerca de 01:44 horas, e para os mais urgentes para cerca de meia hora.

Na região centro destaca-se o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, onde o tempo de espera para doentes considerados urgentes é de 03:57 horas, estando 26 pessoas a aguardar.

Para os casos menos urgentes, a espera não ultrapassa uma hora e para os doentes mais urgentes os 20 minutos.

Há seis serviços de urgências encerrados neste domingo

Há seis urgências encerradas este domingo, de acordo com informações do site do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Cinco delas são na região de Lisboa e Vale do Tejo: urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (Amadora/Sintra), as urgências pediátricas do Hospital do Barreiro e do Hospital Nossa Senhora do Rosário, também no Barreiro. Está encerrada ainda o setor de urgências pediátricas do Hospital Distrital de Torres Vedras.

Além destes cinco locais, está encerrada a urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Santo André, em Leiria. Este é o único fora da região de Lisboa e Vale do Tejo que não está a atender hoje.

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Outros 13 serviços pelo país estão condicionados para atender casos referenciados pelo CODU/INEM, pela linha SNS 24 e urgências internas.

- Obstetrícia e Ginecologia dos Hospitais de Santa Maria;

- Obstetrícia e Ginecologia da Maternidade Dr. Alfredo da Costa:

- Obstetrícia e Ginecologia do Beatriz Ângelo

- Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Cascais Dr. José de Almeida

- Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Distrital de Santarém

- Obstetrícia e Ginecologia do Centro Materno Infantil do Norte.

Há ainda condicionamentos em serviços de urgência em determinados horários:

- Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Vila Franca, entre 9h até às 21h;

- Obstetrícia e Ginecologia do Hospital São Francisco Xavier (Lisboa), entre 21h e 24h;

- Urgência pediátrica do Hospital Amadora Sintra das 20h até 24h;

- Urgência Geral do Hospital José Joaquim Fernandes (Beja) entre as 8h e as 24h.

A orientação do SNS é a de que antes de deslocar-se para um serviço de urgência é necessário ligar ao SNS 24, no número 808 24 24 24.

A lista de serviços abertos ou encerrados pode ser conferida aqui.

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