Augusto Santos Silva, ex-presidente da Assembleia da República
Augusto Santos Silva, ex-presidente da Assembleia da RepúblicaGerardo Santos / Global Imagens

Santos Silva critica "prontidão" do MP em arquivar manifestação do Capitólio. "É como se não se tivesse passado nada"

Numa nota publicada nas redes sociais, Augusto Santos Silva recorda que, na última campanha eleitoral, "o debate entre os dois candidatos a primeiro-ministro decorreu sob um cerco montado por agentes da PSP e guardas da GNR, desfardados, numa ameaça direta e sem precedentes ao poder democrático".
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O ex-presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva considerou esta terça-feira que a "prontidão" do Ministério Público (MP) de arquivar o processo da manifestação de polícias no Capitólio, em Lisboa, é como não se tivesse passado nada.

Na sua nota, Augusto Santos Silva começa por assinalar que, na última campanha eleitoral, "o debate entre os dois candidatos a primeiro-ministro decorreu sob um cerco montado por agentes da PSP e guardas da GNR, desfardados, numa ameaça direta e sem precedentes ao poder democrático".

"Soubemos hoje que a PSP não conseguiu identificar os responsáveis por esse ato indigno e que o Ministério Público arquivou o caso. É como se não se tivesse passado nada", critica o ex-presidente da Assembleia da República.

Depois, Augusto Santos Silva tira a seguinte conclusão: "Lamenta-se a dificuldade de visão dos polícias fardados presentes e louva-se a prontidão da conclusão tirada pelo MP".

"É um sossego saber que a garantia da ordem democrática está em tão boas mãos", acrescenta.

Em 19 de fevereiro, centenas de polícias concentraram-se junto ao cineteatro Capitólio, onde estava a decorrer um debate entre os dois principais candidatos a primeiro-ministro nas legislativas de 10 de março, depois de uma concentração que juntou na Praça do Comércio cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR.

Esta concentração na Praça do Comércio estava autorizada e foi organizada pela plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR.

O protesto junto ao Capitólio foi marcado nas redes sociais pelo 'movimento inop' e não teve a participação da plataforma, sendo também através daquelas redes que foram lançadas todas as diretrizes que os polícias deviam seguir.

A notícia sobre o arquivamento do inquérito ao "cerco do Capitólio", nome pela qual ficou conhecida a manifestação das forças de segurança, foi avançada hoje pelo jornal Público.

"Em resultado do referido processo de inquérito foi determinada a instauração de 43 processos disciplinares a correr termos em vários comandos territoriais da PSP, os quais ainda se encontram em instrução", indica a PSP.

Além da abertura deste processo de inquérito, a PSP comunicou ao Ministério Público (MP) a realização do desfile e concentração não autorizados junto ao cineteatro Capitólio, obrigando ao corte inopinado de várias ruas de Lisboa.

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