RASI: Delinquência juvenil, roubos a bancos e violações aumentaram em 2024
Em 2024, foram registados 2062 casos de delinquência juvenil (definida como “a prática de qualquer crime por jovens entre os 12 e os 16 anos”) em Portugal. Isto representa uma subida de 12,5% destes atos em relação ao ano anterior. O dado consta no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), aprovado esta segunda-feira em reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, e que destaca, ainda, um aumento de 6,8% dos ilícitos praticados em contexto escolar.
O documento - que releva uma diminuição de 4,6% na criminalidade geral, como o DN já tinha noticiado há uma semana - revela ainda que os roubos a bancos e os furtos de veículos aumentaram substancialmente em relação a 2023 (128,6% e 106,3%). No entanto, em 2024, houve apenas mais 18 participações de furtos a bancos em relação ao ano anterior.
Uma subida verificou-se também nas violações. Segundo os dados do RASI, houve mais 49 participações deste tipo de crime em 2024, o que representa um aumento de quase 10%. Em subida estiveram também os roubos a residências (10,9%) e a edifícios comerciais (21,7%).
Em termos geográficos, a descida da criminalidade geral é transversal a quase todos o país, com os distritos de Évora e de Coimbra a serem os únicos no vermelho, ao registarem aumentos de 0,1% e 0,2% em relação a 2023. Todavia, a “criminalidade violenta e grave” aumentou em quase todo o território.
Em sentido inverso estão os crimes de violência doméstica, com menos 240 participações em relação a 2023 - não obstante terem existido 30.221 em todo o território nacional.
Estendendo a análise à população prisional, esta aumentou (1,4%) quando comparada com 2023, sendo a maior parte dos reclusos homens (93%) e de nacionalidade portuguesa (83%). Estes aumentos são transversais às condenações (1,1%) e aos detidos em prisão preventiva (2,3%).
No final da reunião, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que apesar da redução de crimes, “não significa” que o Governo esteja satisfeito. Relembrando que “Portugal continua a ser um país seguro”, tal não significa que deva existir um relaxar na prevenção. “Temos de continuar a insistir e estar muito atentos aos fenómenos criminais, que são cada vez mais avançados tecnologicamente”, reiterou.