A Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) admite que "todos os polícias que estão na fronteira aérea recebem o primeiro embate" das alterações com a implementação do novo sistema de controlo nos aeroportos do país, que traz "inúmeros desafios".A afirmação, em resposta ao DN, vem após as denúncias da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) de exaustão dos polícias que integram a Unidade de Estrangeiros e Fronteiras. Ao DN, um dos dirigentes sindicais, Carlos Oliveira, relatou que o caos nos aeroportos, com a entrada em vigor do novo sistema de controlo de passageiros de fora da União Europeia, está a resultar em polícias "a desmaiar nas boxes" devido aos elevados níveis de stress."Estamos conscientes do elevado espírito de missão e dedicação com que os nossos polícias têm respondido às necessidades operacionais, muito para além do que é exigido, estando a PSP focada em garantir uma fronteira segura e resiliente", informa a direção, na resposta enviada ao DN.A força de segurança afirma que está a acompanhar a situação e que está "em articulação com a Direção da ASPP e restantes estruturas representativas, no sentido de encontrar soluções que permitam mitigar os constrangimentos identificados e melhorar as condições de trabalho dos profissionais.A lentidão do novo sistema está a fazer com que os milhares de passageiros oriundos de países de fora do Espaço Schengen esperem várias horas pelo controlo de imigração. "Não somos nada contra este sistema, mas era bom que envolvessem os profissionais, dessem a devida formação. Mas a coisas foram ao contrário", acusa o dirigente sindical.Algarve antecipa reforçoA primeira mudança será no Aeroporto de Faro. "Com o objetivo de dar uma resposta imediata às necessidades operacionais, a Direção Nacional da PSP vai antecipar, de forma célere, o reforço já planeado para o verão no Comando Distrital de Faro, com a afetação de mais 14 a 20 polícias, oriundos de outros Comandos do país, reforçando assim os recursos humanos disponíveis, o que permitirá uma maior capacidade de resposta e alívio da pressão atual", explica a força de segurança.Sobre a falta de formação aos agentes, a direção da PSP diz que está "a apostar em formação, em capacitação de mais recursos e de mais capacidades tecnológicas para uma fronteira mais eficiente e eficaz".Contatado pelo DN, o Ministério da Administração Interna não respondeu até ao momento..Caos no novo controlo dos aeroportos. Sindicato denuncia polícias a desmaiar e falta de formação.Leia na íntegra a resposta da PSP:"A implementação do novo sistema de controlo de fronteiras europeu tem inúmeros desafios. Exige novas tecnologias, formação e, claro, mais recursos humanos.Naturalmente todos os polícias que estão na fronteira aérea recebem o primeiro embate destas alterações.Estamos conscientes do elevado espírito de missão e dedicação com que os nossos polícias têm respondido às necessidades operacionais, muito para além do que é exigido, estando a PSP focada em garantir uma fronteira segura e resiliente.Este esforço, que está a ser exigido, de volume de trabalho nesta fase de transição, apenas será mitigado com a aposta em formação de polícias de fronteira, melhores tecnologias e condições de trabalho. Esse é o compromisso nesta fase de transição. Mas simultaneamente estamos a apostar em formação, em capacitação de mais recursos e de mais capacidades tecnológicas para uma fronteira mais eficiente e eficaz. Isso exige, igualmente, uma aposta nas condições de trabalho, respeito pelas recomendações do Código de Fronteiras, mas igualmente o reconhecimento do papel importante dos polícias de fronteira.A Direção Nacional da PSP reconhece e valoriza, de forma muito clara, o esforço e a dedicação dos polícias que, no terreno, têm vindo a cumprir a sua missão com elevado sentido de responsabilidade, muitas vezes indo além do que lhes é exigido, demonstrando um forte espírito de missão e um compromisso inabalável com o serviço público.Temos acompanhado de perto a situação, em articulação com a Direção da ASPP e restantes estruturas representativas, no sentido de encontrar soluções que permitam mitigar os constrangimentos identificados e melhorar as condições de trabalho dos profissionais.No Aeroporto de Faro, e com o objetivo de dar uma resposta imediata às necessidades operacionais, a Direção Nacional da PSP vai antecipar, de forma célere, o reforço já planeado para o verão no Comando Distrital de Faro, com a afetação de mais 14 a 20 polícias, oriundos de outros Comandos do país, reforçando assim os recursos humanos disponíveis, o que permitirá uma maior capacidade de resposta e alívio da pressão atual.Continuaremos empenhados em encontrar soluções equilibradas e sustentáveis, que permitam assegurar o cumprimento da missão da Polícia de Segurança Pública em todo o território nacional, com qualidade, eficácia e respeito pelos direitos dos profissionais.".SSI começa implementação de novos sistemas de controlo de passageiros de fora da UE