Rita Valadas, presidente da Cáritas
Rita Valadas, presidente da CáritasCarlos Pimentel/Global Imagens

Presidente da Cáritas considera que RSI e abono devem ser revistos para combater a pobreza

A presidente da Cáritas portuguesa, Rita Valadas, indicou que a resolução dos problemas da pobreza têm de ser feitos na proximidade, defendendo a revisão das prestações sociais tendo em conta as diferentes realidades do país.
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A presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, defendeu, este sábado, em entrevista ao programa 7 Margens da Antena 1, a necessidade das prestações sociais existentes serem revistas - como o Rendimento Social de Inserção (RSI) e o abono de família - , de modo a tornar o combate à pobreza mais eficaz.

Rita Valadas recordou que o Rendimento Social de Inserção (RSI) foi "criado com o objetivo de criar inserção" mas que com a evolução dos problemas sociais passou a ser uma forma de reduzir a pobreza dos seus beneficiários. Quanto ao abono de família afirma que esta prestação era universal mas que também passou "a ser mais um recurso para afastar as pessoas da pobreza".

A presidente da Cáritas destacou ainda que a resolução dos problemas da pobreza têm de ser feitos na proximidade e que esta revisão das prestações sociais deve ser feita tendo em conta as diferentes realidades do país e as condições das pessoas.

Na semana passada, após o fim de uma reunião do Conslho Geral da Cáritas Portuguesa, foi emitido um comunicado em que a instituição diz começar a confrontar-se com a falta de capacidade humana e material para ajudar os imigrantes que chegam a Portugal, instando o Estado a cumprir a sua parte.

Nesta entrevista, Rita Valadas fala do grande aumento de pessoas, sobretudo imigrantes, que pedem ajuda nas Cáritas diocesanas de todo o país. “Até há muito pouco tempo era uma realidade das grandes cidades, neste momento está espalhada por todo o território e chegam às Cáritas locais.E isto fez soar um alarme”, afirma.

Estes imigrantes chegam de forma cada vez mais vulnerável a Portugal. A presidente da Cáritas diz que há pessoas que vêm já com um projeto de trabalho definido mas que "cada vez mais chegam ainda um com um projeto indefinido, o que torna ainda mais difícil o primeiro passo", sublinhando que  a Cáritas não tem as condições para encaminhar as pessoas para pedidos de nacionalidade, residência e outros.

Estes imigrantes recorrem à instituição em situações de emergência e grande aflição "pelo mais básico dos básicos: não têm que comer, vêm de países quentes e não têm roupa; quando falamos de emergência é todo um contínuo de necessidades que as pessoas trazem".

Sobre o próximo Governo, Rita Valadas insiste na definição de uma estratégia clara para o combate à pobreza. “Há muitas instituições a trabalhar e preocupadas com este tema – não é só a Cáritas,  se não houver orientações alinhadas vamos estar todos a gastar recursos que podíamos agregar em vez de dispersar.”

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