Portugal registou média diária de 10 mil casos. Transmissão é elevada, mas a tendência estável
Portugal registou de 15 a 21 de março 75 276 casos de covid-19, menos 3189 do que nos sete dias anteriores, o que representa uma média diária de pouco mais de 10 mil casos, quando na semana anterior esta média era de 11 300 casos, mas 137 óbitos, mais 13 do que nos sete dias anteriores. De referir, que 105 óbitos ocorreram na faixa etária acima dos 80 anos, e 22 na faixa entre os os 70 e os 79 anos. Há ainda a registar seis mortes na faixa dos 60 aos 69 anos, três na dos 50 aos 59 anos, e 1 na faixa entre os 40 e os 49.
De acordo com a análise dos diferentes indicadores, feita pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, "a situação epidémica da covid-19 mantém uma transmissibilidade muito elevada, mas com tendência estável". Esta conclusão mantém a linha do que foi avaliado na semana anterior, em que o país, depois de um aumento significativo em algumas regiões, como na de Lisboa e Vale do Tejo, estabilizou o número de casos, começando a reduzir.
Uma tendência de descida que está a ser acompanhada na incidência 731 casos por 100 mil habitantes - menos 4% do que na semana anterior, e com tendência estável a nível nacional em todas as regiões, exceto na Madeira que apresentou uma tendência crescente - e na transmissibilidade, com o R(t) a menos de 1 (0,97) também em todas as regiões.
Quanto à hospitalização, o número de internamentos registou mais 24, havendo no dia 21 de março 1164 pessoas internadas por covid-19, das quais 64 estavam em cuidados intensivos, menos duas do que na semana anterior. Números que correspondem a 25% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior esta percentagem era de 26%.
Segundo é explicado no relatório das Linhas Vermelhas "a razão entre o número de pessoas internadas e infetadas foi de 0,12 com tendência estável", um valor que é muito inferior ao registada em ondas anteriores e que explica estarmos numa fase de menor gravidade da doença. Neste momento, os serviços de saúde não estão sobrecarregados. Pelo contrário, têm ainda "capacidade para acomodar um aumento de procura por doentes com covid-19", o que "pode vir a acontecer nos próximos dias, dado o aumento do número de casos na população acima dos 65 anos", sublinha o documento.
Contudo, e apesar de haver mais casos de infeção acima dos 65 anos, "o impacto na mortalidade geral é reduzido, não obstante a mortalidade específica de covid-19 se encontrar acima do valor de referência definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC)". Neste período, foi de 25,3 óbitos por milhão de habitante, quando o limite é 20 óbitos por milhão de habitante.
Neste sentido, as autoridades de saúde propõem que deve ser "mantida a vigilância da situação epidemiológica, recomendando a manutenção das medidas de proteção individual nos grupos de maior risco e a vacinação de reforço". Recorde-se que na última quarta-feira, o governo decidiu manter o uso obrigatório de máscara em espaços fechados até ao dia 18 de abril, altura em que a situação será de novo analisada.
A análise do INSA revela ainda que a linhagem BA.2 da variante Ómicron já é claramente dominante em Portugal, estimando-se uma frequência relativa de 89% até 21 de março. Por outro lado, e em relação à vacinação, o país conseguiu aumentar mais um pouco a margem de população com a vacinação completa, passando a ter 92% de vacinados contra a covid-19. Uma situação que demonstrou, mais uma vez, ter resultados positivos na doença grave, hospitalização, e na mortalidade.
O relatório refere que "as pessoas com esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento duas a seis vezes inferior do que as pessoas não vacinadas, entre o total de pessoas infetadas em janeiro de 2022". E que em relação à mortalidade, "as pessoas com um esquema vacinal completo tiveram um risco de morte uma a duas vezes inferior ao das não vacinadas, entre o total de infetados em fevereiro de 2022".
Na população com 80 e mais anos, "a dose de reforço reduziu o risco de morte por covid-19 em quase três vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo". É de sublinhar que a partir dos 50 anos, Portugal é dos países em que a cobertura vacinal com duas doses é da ordem dos 100%. Entre os 25 e os 49 anos é da ordem dos 99% e dos 18 aos 24 da ordem dos 97%. Nos mais novos, entre os 12 e os 17, esta cobertura é da ordem dos 96% e nas crianças, dos 5 aos 11 anos, é de 29%.