Internamentos continuam a subir em dia com nove mortes
Portugal registou mais 2830 casos de covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quinta-feira. Dados que incluem um total de 848 casos que não foram reportados no boletim de ontem devido a um "constrangimento informático", indica a autoridade de saúde.
O relatório de hoje (2 de setembro) indica que foram registadas mais nove mortes associadas à infeção por SARS-CoV-2.
Há mais 14 pessoas internadas, elevando para 695 o número total de hospitalizados. Estão 140 doentes em unidades de cuidados intensivos, o que representa mais nove face ao dia anterior.
Foram também reportados mais 2137 casos de pessoas que recuperaram da doença, num total de 980 599.
Das infeções reportadas no boletim de hoje, 1982 é que se referem às últimas 24 horas, uma vez que 848 foram reportadas entre terça e quarta-feira.
Devia ter sido então registado no relatório de ontem 2413 novos casos de covid-19 e não 1565 como foi divulgado. Uma situação que a DGS atribui "a um constrangimento informático", como se lê numa pequena nota que acompanha o boletim.
Os dados que não foram inseridos ontem estão no relatório desta quinta-feira, juntamente com aqueles que são referentes às últimas 24 horas.
Assim, no total, verificam-se mais 1075 casos (dos quais 407 são do boletim de quarta-feira), no Norte e 853 (208 referentes ao relatório de ontem) em Lisboa e Vale do Tejo.
Foram ainda confirmados mais 472 infetados (160) no Centro, 270 (36) no Algarve, 119 no Alentejo (26), 30 na Madeira (nove) e mais 10 (dois) nos Açores.
Com esta atualização, Portugal soma, desde o início da pandemia, 1 042 322 diagnósticos de covid-19 e 17 766 óbitos, sendo que existem agora 43 957 casos ativos da doença (mais 684).
As nove mortes registadas em 24 horas ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo (três), na região Norte (uma), no Centro (duas), no Alentejo (duas) e no Algarve (uma).
Em relação às idades das vítimas, quatro tinham mais de 80 anos, três entre os 70 e os 79 anos e duas entre os 60 e os 69 anos.
O número de infeções em Portugal deverá, no entanto, aumentar com o regresso das crianças e dos jovens às aulas - ano letivo tem início entre 14 e 17 de setembro -, alertou esta quinta-feira a diretora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Carla Nunes.
A epidemiologista e matemática assume, em entrevista à Lusa, que o grupo das crianças abaixo dos 12 anos "é um risco", uma vez que não foram incluídas no plano de vacinação covid e as vacinas autorizadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) não estão ainda disponíveis para esta faixa etária, mas manifesta a expectativa de que tal não se traduza em situações de doença grave.
"Sabemos que não tendo maioritariamente situações graves, podem transmitir. O que acontece é que a quem eles podem transmitir [o vírus] já está mais protegido pelas vacinas. Vai, obviamente, aumentar o número de casos, porque vamos também sempre testar e rastrear nas escolas e isso tem de continuar a avançar, mas penso que não vai ter consequências em termos de casos graves e que se tornem mais importantes do que a importância de as crianças voltarem à escola", explica.
"No que toca ao impacto das vacinações na mortalidade, ainda não fizemos estudos específicos, mas [...] durante a última vaga, entre dezembro e abril, houve uma mortalidade média de 50 a 100 mortes por milhão e agora, no pico da atual vaga que é substancial em termos de número de casos, a mortalidade é inferior a 10 por milhão", indica o diretor do departamento de Vigilância do ECDC, Bruno Ciancio, em entrevista à agência Lusa.
Numa altura em que a UE já superou as 250 milhões de pessoas totalmente vacinadas, o especialista acrescenta que "os cálculos aproximados indicam que, até agora, as vacinas conseguiram provavelmente evitar algumas centenas de milhares de mortes".
O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças defende, no entanto, uma cobertura vacinal anticovid-19 acima dos 85% nos adultos com mais de 45 anos para controlar o vírus até final do ano na UE.
No que se refere ao processo de vacinação no nosso país, o ECDC tece elogios dizendo que Portugal "está entre os países europeus com a maior cobertura vacinal".
Aliás, o relatório semanal de vacinação divulgado na quarta-feira pela DGS, indica que 607 939 cidadãos em Portugal (83%) já receberam pelo menos uma dose de uma vacina contra a covid-19, sendo que 7 576 336 (73%) já têm a vacinação completa.
As faixas etárias de 65 e 79 anos e maiores de 80 anos têm 99% da população com vacinação iniciada e completa.
Por outro lado, 74% dos jovens entre os 12 aos 17 anos (461 578 pessoas) já tem a vacinação iniciada e 7% (41 148) tem a vacinação completa, numa altura em que nos aproximamos a passos largos do início do ano letivo 2021-22.
A região mais avançada em termos de vacinação é o Norte, com 86% da população com vacinação iniciada e 75% com vacinação completa. Em sentido inverso, a mais atrasada é o Algarve, onde 77% das pessoas já tomaram pelo menos uma dose e 67% tem o esquema vacinal completo.