Portugal regista o menor número de casos desde o Natal
Portugal confirmou, nas últimas 24 horas, 1677 novos casos de covid-19 e 138 óbitos, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) deste domingo (14 de fevereiro), menos 1173 casos dos que os registados no sábado (2856), e menos 11 mortes também, ontem tinham sido 149.
De acordo com os dados do boletim da DGS, desde o dia 8 de outubro, quando se registaram 1278 casos, que não se registavam tão poucos casos positivos. Na altura, os especialistas defenderam que o país estava a entrar na segunda vaga e a partir daqui a tendência foi sempre de subida, com apenas duas exceções, nos dias 26 e 27 de dezembro, o fim de semana a seguir ao Natal, em que se registaram 1214 e 1572 casos positivos, respetivamente - provavelmente, por ser um fim de semana e terem sido realizados menos testes, porque a partir daqui houve uma explosão no número de casos.
Relativamente aos mortos de hoje, 138, desde o dia 11 de janeiro que não se registavam tão poucos, dia em que houve 122.
Neste domingo há ainda menos 2252 casos ativos, sendo o total agora de 105 119, e menos 3771 contactos em vigilância, descendo este total para 139 402. Os recuperados são agora 665 316, mais 3791 do que no sábado.
A nível de internamento há uma descida mais ligeira do que no sábado. Hoje, o boletim da DGS dá conta 4826 internados, dos quais 795 em Unidades de Cuidados Intensivos, menos 24 no total, dos quais menos oito em UCI.
Quanto às regiões, Lisboa e Vale do Tejo regista uma descida significativa em relação ao dia anterior. Hoje regista 708 casos, enquanto no sábado tinha 1440. No Norte, hoje há 584, ontem foram 677, no Centro hoje há 245, ontem foram 490, no Alentejo e no Algarve, hoje há, respetivamente, 58 e 49 novos casos, no sábado foram 113 e 70. Mesmo assim Lisboa e Vale do Tejo continua à frente quer em número de casos como de mortes em relação às outras regiões.
Neste domingo, o país soma um total de 785 756 casos e 15 321 de mortes desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus SARS CoV-2.
O decréscimo de números de casos de infeção por covid-19 é acompanhado por apelos de profissionais de saúde como o do diretor clínico do maior hospital do país que defendeu que o próximo desconfinamento deve ser feito por fases, com cautela e sem precipitações, porque há ainda muito para descobrir sobre o potencial de crescimento das novas variantes do coronavírus.
Em declarações à agência Lusa, Luís Pinheiro, diretor clínico do Hospital de Santa Maria, lembrou que quando se pensar em desconfinar tal deve acontecer: "De forma faseada, muito criteriosa e muito cautelosa, acima de tudo porque o vírus continua a existir, inclusive com variantes que ainda não conhecemos bem qual a sua repercussão e o seu potencial de crescimento".
"Há um conjunto de variáveis que implica que se tenha cautela, muita parcimónia e pouca precipitação", afirmou. Caso contrário, defendeu, "tal como agora estamos a assistir a uma descida muito significativa dos casos", se se reverter demasiado depressa as medidas atuais, também irão voltar a subir com a mesma velocidade"."Isso é algo que nenhum de nós quer", acrescentou.
É um dia também marcado pelo regresso ao confinamento na cidade de Auckland, na Nova Zelândia, que começou as restrições de três dias depois de ter sido detetado um novo foco de contaminação pelo novo coronavírus em membros da mesma família, adiantou a AFP.
Segundo a agência de notícias francesa, a ordem de confinamento, dada primeira-ministra, Jacinda Ardern, vai obrigar quase dois milhões de pessoas a ficar em casa a partir da meia-noite, com escolas e empresas a fechar, com exceção de empresas consideradas "essenciais".
A causa do confinamento está no teste positivo ao novo coronavírus em três membros de uma família no fim de semana, que "causou grande preocupação num país que tem sido aclamado internacionalmente por sua forma altamente eficaz no tratamento da pandemia". As autoridades estão agora a tentar descobrir a origem da contaminação daquelas três pessoas - pai, mãe e filha.
A primeira-ministra explicou que este é um confinamento ordenado como "precaução, caso a variante detetada seja uma das mais transmissíveis". "A principal coisa que pedimos às pessoas em Auckland é para ficar em casa para evitar qualquer risco de propagação", cita a AFP.
"Analisamos com a Agência Europeia do Medicamento os procedimentos e decidimos que, doravante, se houver uma vacina melhorada por um fabricante para lutar contras as novas variantes com base numa vacina já existente" e certificada "não haverá a necessidade de passar por todas as etapas da autorização", disse a Comissária Europeia para a Saúde, Stella Kyriakides.
Numa entrevista publicada hoje no diário alemão Augsburger, a comissária adiantou que, desta forma, será "mais rápido" ter vacinas à disposição, "sem que sejam afetados os critérios de segurança".
A Comissão Europeia tem sido criticada pela lentidão ligada ao início das campanhas de vacinação contra a covid-19 nos Estados membros, por causa dos procedimentos de certificação das primeiras vacinas, considerados muito longos em comparação com o Reino Unido ou com os Estados Unidos, mas também no que diz respeito aos pedidos de vacinas.
Embora tenha admitido que não está "satisfeita" com a atual situação, a comissária europeia da Saúde assume a defesa contra as críticas.
"É errado afirmar que apenas cometemos erros", disse Kyriakides, argumentando que a UE conseguiu garantir o fornecimento para 700 milhões de doses de vacinas até ao fim do terceiro trimestre deste ano.