Aumento de internados é o maior desde 12 de julho em Portugal
Portugal registou mais 11 mortes e 2499 novos casos confirmados de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) deste domingo.
Os dados mais recentes mostram que há agora 597 internados (mais 53 que no dia anterior), dos quais 88 em unidades de cuidados intensivos (mais um do que no dia anterior).
Este é o maior aumento de internados desde 12 de julho, data em que o boletim da Direção-geral da Saúde apresentou um aumento de 57 internados em relação ao dia anterior, num total de 729 internados, dos quais 163 nos cuidados intensivos. Esse boletim dava ainda conta da existência de 1782 novos casos.
No que diz respeito aos números deste domingo, Lisboa e Vale do Tejo é a região com mais óbitos (4) e mais novos casos (873). A região Norte é a segunda com mais novos casos (641), mas não registou qualquer óbito, tal como o Algarve.
A zona Centro (3) é a segunda região com mais óbitos, seguida do Alentejo (2).
Nos últimos sete dias registaram-se em Portugal 14795 casos, o que representa que, quando comparando com os sete dias anteriores, houve um aumento de 4864 casos.
Também no que diz respeito ao número de mortes, a tendência é de subida: nos últimos sete dias, foram declaradas 64 mortes, enquanto que na semana anterior o registo foi de 54 óbitos.
Esta tendência de aumento também se nota nos internamentos e nas unidades de cuidados de intensivos - este domingo estão internadas 597 pessoas, 89 das quais em UCI, já no domingo passado o número de internados era de 465, 75 dos quais nos cuidados intensivos.
O cenário ascendente verifica-se igualmente na incidência nacional e no R(t), que no domingo passado era de 134,2 casos por 100 mil habitantes e um R(t) nacional de 1,15 e o boletim da DGS de hoje aponta para uma incidência nacional de 191,2 casos e um R(t) nacional de 1,17.
Este domingo, no programa de Andrew Marr na BBC, o ministro da Saúde britânico afirmou que o preconceito racial nos oxímetros poderá ter causado mortes desnecessárias por covid-19.
"O que descobri foi um preconceito racial em alguns instrumentos médicos. Não é intencional, mas existe e os oxímetros são um bom exemplo disso", declarou Sajid Javid, que é de origem paquistanesa. "Se eu tivesse um oxímetro portátil aqui, e se você o usasse, ele daria uma leitura precisa. Se for eu a colocar o meu dedo, é mais provável que dê uma leitura imprecisa. Isso não é aceitável a nenhum nível", afirmou o ministro, citado pelo The Guardian.
Marr perguntou então a Javid se morreram pessoas devido as estas leituras imprecisas. "Penso que é possível, sim. Não tenho todos os factos". "Muitos destes aparelhos médicos - e existem mesmo alguns medicamentos e procedimentos e livros didáticos - são fabricados em países de maioria branca. E eu acho que este é um problema sistémico".
"Um terço das pessoas nas unidades de cuidados intensivos covid eram de minorias étnicas negras, o dobro da representação na população geral. Quero garantir que fazemos algo em relação a isto", declarou o ministro da Saúde no programa de Andrew Marr.
Na edição de hoje do The Sunday Times, é noticiado que Sajid Javid ordenou a abertura de uma investigação ao preconceito racial em equipamento médico devido ao receio de que milhares de doentes pertencentes a minorias étnicas morreram de covid quando deviam ter sobrevivido.
Esta investigação surge depois de dados da Public Health England mostrarem que as mortes por coronavírus entre pessoas de cor foram duas a quatro vezes mais altas do que entre a população branca em Inglaterra.