Portugal chega aos 100 casos de infeção humana por vírus Monkeypox
Subiu para 100 o número de casos de infeção humana por vírus Monkeypox em Portugal, indicou esta terça-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS). Há mais quatro casos confirmados face ao dia de ontem, o que eleva para 100 o número de infeções.
Até ao momento, a maioria das infeções foram reportadas em Lisboa e Vale do Tejo, "mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve".
"Todas as infeções confirmadas são em homens entre os 20 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos", indica a autoridade nacional de Saúde, referindo que os novos casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Diz a DGS que "os casos identificados mantêm-se em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis", sendo que a informação que foi recolhida através dos inquéritos epidemiológicos está a ser analisada, de modo a "contribuir para a avaliação do surto a nível nacional e internacional".
O vírus Monkeypox foi identificado em macacos em 1958 e identificado pela primeira vez em humanos em 1970.
O contágio implica "contacto próximo" com uma pessoa afetada, nomeadamente contacto face a face ou pele com pele, e o vírus também se consegue transmitir através de contacto com objetos em que esteja presente.
Os sintomas duram entre duas e quatro semanas, começam com febre, dores de cabeça, dores nas costas, fadiga e progridem para inchaço nos nódulos linfáticos e irritação cutânea.
Em entrevista ao DN, a diretora do Programa de Saúde Prioritário para a área das Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo VIH, da DGS, Margarida Tavares, médica infecciologista, indica que Portugal é dos países da UE que integra o grupo que já pediu para adquirir vacinas e o "processo vai ser rápido e ágil".
"Neste momento, a União Europeia, através da Autoridade de Preparação de Respostas a Emergências Sanitárias (HERA, sigla inglesa), já está a avaliar quais são os países mais necessitados de tais vacinas para fazer uma aquisição conjunta, de forma a que estas possam ser utilizadas desde já para se acautelar a evolução do vírus no espaço comunitário", afirmou Margarida Tavares.
A médica infecciologista disse ainda que "há alguns países europeus que têm reservas destas vacinas e que já as disponibilizaram para o caso de uma necessidade urgente".
Margarida Tavares referiu ainda que "nunca foi detetado nem um caso esporádico nem um surto em Portugal, ou que pelo menos tenha sido reportado", tendo sido verificados surtos no Reino Unido, Singapura, Israel e nos EUA.
Anteriormente, a DGS recomendou que as pessoas que apresentem erupção cutânea, lesões ulcerativas, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, "devem procurar aconselhamento clínico".
"Ao dirigirem-se a uma unidade de saúde, deverão cobrir as lesões cutâneas", indica.
Perante sintomas, a DGS declara que devem ser reforçadas medidas de prevenção, "devendo os doentes abster-se de contacto físico direto com outras pessoas e de partilhar vestuário, toalhas, lençóis e objetos pessoais enquanto estiverem presentes as lesões cutâneas, em qualquer estadio, ou outros sintomas".
Segundo a OMS, há mais de 200 casos de monkeypox detetados em países onde a doença não é endémica.