Polícia espanhola faz 20 detidos em Espanha e dois em Portugal
A Guarda Civil espanhola desmantelou hoje uma organização criminosa que se dedicava à fraude fiscal no setor dos combustíveis, tendo sido detidas vinte pessoas em Espanha e duas em Portugal com o apoio da Polícia Judiciária (PJ).
A polícia espanhola deteve 20 pessoas e realizou 21 buscas em Espanha, enquanto em Portugal, a PJ deteve duas pessoas e realizou três buscas, tendo sido ainda realizada uma busca em Itália, informou a Guarda Civil em comunicado de imprensa.
Segundo esta força policial, "a fraude à Fazenda Pública [espanhola] poderá ascender a 25 milhões de euros".
Os detidos são acusados de ter supostamente cometido o delito de pertença a uma organização criminosa, de atividades contra o mercado e os consumidores, lavagem de capitais e contra a Fazenda Pública (autoridade tributária).
A investigação que levou a esta operação começou há um ano e foi dirigida pela Agência Estatal da Administração Tributária (espanhola) e pela Guarda Civil, que declara que "as diligências permanecem secretas e não se descartam novas ações".
A operação, a que se deu o nome de "Burlao", decorreu principalmente em Tarragona (Catalunha) e Valência, mas estendeu-se a outras regiões espanholas (Catalunha, Comunidade Valenciana, Galiza e Madrid), assim como a Portugal e a Itália.
O esquema fraudulento era feito através da apropriação indevida dos montantes de IVA que grossistas de combustíveis deviam entregar à autoridade tributária depois venderem às estações de serviço.
Como são grossistas, essas empresas não pagam o imposto indireto (IVA), mas fazem-no repercutir sobre os seus clientes.
A apropriação dos montantes do imposto permitiu a essas empresas venderem os combustíveis a preços inferiores, o que também indicia o crime de concorrência desleal.