PJ resgatou menor desaparecida há oito meses. Suspeito de rapto detido
A Polícia Judiciária entregou aos progenitores uma menor que estava desaparecida desde de finais de maio de 2022 na cidade de Leiria, anunciou esta terça-feira a PJ em comunicado.
O homem foi detido por suspeita de rapto de uma jovem menor de idade. Os dois foram identificados pela PJ na sua residência em Évora.
"No seguimento das inúmeras diligências desenvolvidas, em estreita colaboração com a Unidade Local de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Évora, foi possível identificar o suspeito e localizar a menor na sua residência, sita na cidade de Évora, onde, a coberto de uma suposta relação amorosa, este a manteve em completo isolamento social durante oito meses, aproveitando-se da sua persistente e recorrente dependência de jogo 'online', imaturidade e personalidade frágil", lê-se no comunicado.
O homem, de 48 anos, era empregado fabril e vai ser presente às autoridades judiciárias, "tendo em vista a aplicação das medidas de coação entendidas por mais adequadas", acrescenta.
Fonte da PJ disse à agência Lusa que a menor tinha 16 anos quando desapareceu.
"A menor foi para a escola normalmente e de repente desapareceu. O que levou de casa foi muito pouco. Não levou documentos de identificação, nem dinheiro. Levou o telemóvel, a consola de jogos e mais dois ou três pertencentes, nada de relevante, e pouca roupa", declarou esta fonte.
Na sequência do desaparecimento, foi feita participação na Polícia de Segurança Pública de Leiria.
Ainda de acordo com este responsável da PJ, a menor e o arguido "estabeleceram contacto e desenvolveram uma relação através de 'chats' de jogos 'online'", quando aquela ainda tinha 14 anos, "evoluindo para uma relação amorosa até que surgiu a oportunidade de o suspeito a ir buscar a Leiria, levando-a com ele".
Notando que a menor "tinha uma dependência muito intensa do jogo 'online'", a fonte da PJ esclareceu que o homem, sem referências criminais, separado, com filhos e socialmente integrado, "a acolheu numa casa em Évora", de onde não saiu e onde passava a maior parte do tempo num quarto sem luz natural.
Na casa, também vivia a mãe, idosa, do arguido.
Para a PJ, a mãe do suspeito "não teria a noção de todos os contornos" da situação, explicando que, quando alguém ia a casa, a menor, que "terá consentido, ocultava-se no sótão" da habitação.
A fonte salientou que se tratou de uma "investigação extremamente complexa, que recorreu a meios especiais de obtenção de prova, muito meticulosa".
Este responsável da PJ alertou para os riscos que decorrem destes divertimentos na Internet, "onde circulam todo o tipo de pessoas", aconselhando atenção aos progenitores e educadores.
A menor esteve inicialmente sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo devido à situação escolar, acrescentou a mesma fonte.