Os investigadores investigam, os coscuvilheiros escutam. As escutas telefónicas constituem uma das mais severas intromissões na vida privada dos cidadãos. Muito apetecida pelas secretas, a interceção telefónica foi amplamente utilizada pela polícia política do Estado Novo. Dirigidas a reprimir a opinião e a generalizar o medo, as escutas incidiam sobre a atividade política, mas também sobre a reputação profissional, o ambiente familiar, a permeabilidade à corrupção ou amantes. Um livro sobre o passado, não esquecendo os perigos do presente.