Esta semana ficou a saber-se que quase 600 dos 2432 candidatos ao internato médico optaram por não escolher uma única especialidade. O número para a Ordem dos Médicos é muito elevado e fez soar os alarmes, levando o bastonário Carlos Cortes a dizer que se esta tendência se mantiver por mais algum tempo é a “sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)” que está em causa..Neste sentido, o bastonário vai convocar para uma reunião presencial, que deverá acontecer já na próxima semana, todos os médicos que optaram por não entrar numa especialidade não ingressar no concurso para o internato médico. O objetivo é conseguir identificar e perceber quais foram “as principais razões que levaram estes médicos a não prosseguir com a sua especialização no SNS e preparar um plano que será entregue à tutela”..Além da reunião, a Ordem já enviou a todos os médicos um questionário para compreender as causas desta decisão. No dia em que saíram os resultados, o bastonário tinha afirmado ao DN que “a situação é grave e que pode colocar em causa a capacidade de resposta básica do SNS. Queremos perceber o que está a falhar no sistema e quais as motivações que levaram estes médicos a não escolher uma especialização. O país e o SNS precisam de mais médicos especialistas. Não podemos desperdiçar este talento e por isso vamos apresentar um plano ao Governo para evitar que tantas vagas fiquem por preencher,” disse Carlos Cortes..Após o encontro, a Ordem irá solicitar à ministra da Saúde uma reunião com carácter de urgência, de modo a discutir propostas e preparar um plano para a revisão do sistema de formação e acesso às especialidades médicas..De acordo com os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), divulgados esta semana, das 2167 vagas lançadas foram preenchidas 1860, ficando 307 por preencher. E dos 2349 candidatos, 572 optaram por não fazer nenhuma especialidade.