"O melhor e o pior dos tempos". Patrão da Google quer mais responsabilidade social

Em carta aos acionistas, Sergey Brin alerta para a necessidade de olhar para os riscos das tecnologias, nomeadamente na área da inteligência artificial
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Sergey Brin, o presidente da multinacional americana Alphabet Inc, a dona da Google, lançou esta sexta-feira um alerta sobre a necessidade de as empresas tecnológicas assumirem uma maior responsabilidade social em relação ao impacto dos seus produtos e do seu trabalho.

A chamada de atenção do patrão do gigante tecnológico surge na tradicional carta anual dirigida aos acionistas, que pela primeira vez, desde 2014, não é assinada por Larry Page, o diretor executivo da empresa, mas pelo seu presidente.

O momento escolhido por Brin para abordar o problema, logo após o escândalo da venda e partilha de dados de milhões de utilizadores por parte de um outro gigante tecnológico, o Facebook, mostra que estas questões estão definitivamente na ordem do dia.

"Estamos num momento de grande inspiração e de grandes possibilidades, mas com esta oportunidade surge também a necessidade de uma grande reflexão e de uma grande responsabilidade, uma vez que a tecnologia está profunda e irrevogavelmente enraizada nas nossas sociedades", escreve Sergey Brin, numa carta que abre aludindo a este momento contraditório, que é "o melhor dos tempos" e o "pior dos tempos", numa citação do livro de Charles Dickens "História de Duas Cidades".

Sem uma palavra sobre os problemas que a Google tem enfrentado - nomeadamente na União Europeia, que contesta a sua posição dominante no mercado e que quer criar regulamentação em favor da transparência - e sem esclarecer também como vai concretizar a tal "responsabilidade social", Sergey Brin elenca os temas na fronteira da tecnologia. Fala da inteligência artificial, dos carros autónomos ou ainda das novas tecnologias de diagnóstico na saúde. E depois alude aos riscos para o futuro: a perda dos empregos tradicionais para as novas máquinas, e a autonomia que elas vão conquistar.

"Embora esteja otimista acerca das potencialidades das tecnologias para solucionar os mais graves problemas do mundo, este é um caminho que temos de percorrer com grande responsabilidade, cuidado e humildade", conclui.

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