"Nuvem rolo". Fenómeno surpreende em algumas praias portuguesas e que o IPMA diz ser "relativamente raro"
Facebook / Meteo Trás os Montes

"Nuvem rolo". Fenómeno surpreende em algumas praias portuguesas e que o IPMA diz ser "relativamente raro"

Registaram-se relatos deste fenómeno na Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Esposende, Ovar e Figueira da Foz.
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Num dia de elevadas temperaturas, um fenómeno denominado de "nuvem rolo", que se assemelha a uma onda gigante, foi testemunhado no domingo, 29 de junho, em algumas praias da costa portuguesa e partilhado nas redes sociais.

A nuvem horizontal, em forma de tubo, a que se somou vento forte, surpreendeu quem estava no areal, com alguns banhistas a abandonaram as praias onde se assistiu a este fenómeno.

A "nuvem rolo" foi registada em várias zonas do país e conforme as imagens partilhadas na página de Facebook Meteo Trás os Montes há relatos deste fenómeno na Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Esposende, Ovar e Figueira da Foz.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM, na sigla em inglês) trata-se de "uma massa de nuvem longa, tipicamente baixa, horizontal, destacada, em forma de tubo, que muitas vezes parece rolar lentamente em torno de um eixo horizontal".

O serviço nacional de meteorologia do Reino Unido (Met Office) indica que este fenómeno ocorre "quando uma corrente descendente fria de uma nuvem atinge o solo, o ar frio pode se espalhar rapidamente pelo solo, empurrando o ar quente e húmido existente para cima".

A este fenómeno estão associadas "rajadas de vento fortes", chuva intensa ou "granizo, bem como trovões e relâmpagos", refere ainda o serviço de meteorologia britânico.

Contactado pelo DN, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirma que se trataram de facto de "nuvens em forma de rolo", que são "relativamente raras e apenas foram introduzidas no atlas das nuvens da Organização Meteorológica Mundial na última revisão de 2017".

"As nuvens têm uma forma tubular ou de rolo, formam-se em torno de um eixo horizontal e estão tipicamente associadas aos géneros de nuvens altocúmulos ou estratocúmulos", explicou o IPMA numa resposta enviada por email, na qual explica que "estas nuvens formaram-se sobre o mar perto das 15h30, tendo-se aproximado da costa oeste do Continente entre Peniche e a Póvoa do Varzim aproximadamente entre as 17 e 18 horas locais".

O IPMA diz ainda que a sequência de várias nuvens deste tipo "é visível na imagem do satélite Meteosat de 3ª geração", que pode ver em baixo retirada às 17h40 de 29 de junho de 2025, "denotando a existência de um fluxo perturbado, com ondas no interior da atmosfera, designadas por ondas gravíticas internas, em particular numa camada baixa da atmosfera".

Veja aqui algumas das imagens e vídeos deste fenómeno partilhadas nas redes sociais:

"Nuvem rolo". Fenómeno surpreende em algumas praias portuguesas e que o IPMA diz ser "relativamente raro"
Sete distritos continuam sob aviso vermelho devido ao calor que começará a diminuir

A meteorologista Alexandra Fonseca, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), confirmou no domingo, à Lusa, fenómenos de instabilidade (confirmadas por radar e por satélite), com a onda de calor diurno a provocar, durante a tarde, nuvens altas, que provocaram aguaceiros e ventos fortes, trovoadas e queda de granizo (com pedras de dimensão elevadas), no interior do país, sobretudo a partir de Portalegre e no centro e norte.

Sete distritos do continente mantêm-se esta segunda-feira, 30 de junho, sob aviso vermelho, o mais elevado, por causa do calor, uma situação que começará a melhorar na terça-feira, segundo o IPMA.

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