O escritor e cronista tem o inusitado hábito de enviar 'e-mails' a si próprio que depois não lê. Deveras estranho! Quer adivinhar a dizer o quê?
O escritor e cronista tem o inusitado hábito de enviar 'e-mails' a si próprio que depois não lê. Deveras estranho! Quer adivinhar a dizer o quê?FOTO: D.R. / Diana Tinoco

Nelson Marques: “Se fosse possível viajaria para os meus sonhos. Ainda é o mundo mais fascinante que conheço”

Pedimos ao ChatGPT: “Faz-nos um questionário de Proust para podermos publicar no nosso jornal.” Só que o que ele nos apresentou era muito semelhante ao original, de Proust. Então dissemos: “Dá-nos um mais divertido.” E o resultado foi este.
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Se pudesse ter um qualquer superpoder, qual escolheria e porquê?
Gostava de ter uma espécie de Toque de Midas da bondade: bastar-me-ia tocar numa pessoa para ela se tornar bondosa. Seria algo que ajudaria a corrigir o maior defeito do nosso mundo: todas as pessoas deveriam ser inerentemente benévolas.

Qual é o seu filme ou série de TV favorito para assistir numa maratona?
Escolho uma série, enquanto espero pelo filme com o capítulo final da saga de Tommy Shelby: Peaky Blinders.

Qual é a comida mais estranha que já experimentou?
Sandes de pernil com formigas da Amazónia, do chef  brasileiro Alex Atala.

Se pudesse viajar para qualquer lugar no tempo, para onde e quando iria?
Se fosse possível, viajaria para os meus sonhos. Ainda é o mundo mais fascinante que conheço.

Se fosse uma personagem de desenho animado, quem seria?
O Garfield. Sempre invejei a vida dos gatos.

Em versão animada, Garfield seria a 'persona' do escritor e cronista. IMAGEM: D.R. / Nickelodeon Group

Qual foi a dança mais embaraçosa que já fez?
Todas aquelas que não ousei dançar. Não há embaraço maior do que ficar encostado a um canto a ver os outros dançar.

Se pudesse trocar de vida com qualquer pessoa por um dia, quem escolheria?
Com o Éder, a 10 de julho de 2016. Deve ser uma sensação extraordinária marcar o golo mais importante da história do futebol português.

Qual é a música que sempre o faz dançar, não importa onde esteja?
Ready to Start, dos Arcade Fire.

Se tivesse de viver num filme, qual escolheria e porquê?
Sérgio, para poder viver uma história de amor com a Ana de Armas, mas adaptava o final para que não fosse trágico.

Qual foi o presente mais estranho ou engraçado que já recebeu?
O livro A Arte de Engatar, que, infelizmente, ainda não li, porque por certo me teria evitado o embaraço recente de estar a falar de vómitos antes de um beijo há muito desejado (e adiado).

Um livro, mas um estranho livro, que Nelson Marques nunca leu, foi o presente mais estranho que já recebeu.

Se fosse um animal, qual seria e porquê?
Um leão, porque é o meu signo (embora não ligue à astrologia), mas também porque gosto que me passem a mão pela juba.

Qual é a sobremesa favorita, que nunca recusaria?
Pudim Abade de Priscos, sempre. De seguida, enfardava farófias.

Se pudesse criar um feriado, qual seria e como seria comemorado?
O Dia dos Tios. O meu seria rodeado dos meus cinco sobrinhos, a comer leitão na Mealhada, como quase todas as nossas celebrações familiares.

Qual é o seu hobby mais estranho ou incomum?
Enviar e-mails para mim mesmo com informação relevantíssima, que não voltarei a ler.

Se pudesse ter qualquer celebridade como seu melhor amigo, quem escolheria?
Não trocaria nenhum dos meus melhores amigos por qualquer celebridade, nem gostaria que algum deles fosse famoso. Como o Borges em relação à sua Buenos Aires, quero-os só para mim.

Qual é a piada mais engraçada que conhece?
Ter sentido de humor é uma das qualidades mais afrodisíacas que há, mas as piadas querem-se originais e espontâneas. Qualquer piada reciclada já perdeu a graça.

Se pudesse falar com qualquer animal, qual seria e o que perguntaria?
Falaria com um touro depois de uma tourada. Perguntar-lhe-ia o que diria àqueles que defendem este espetáculo bárbaro em nome da tradição.

Se pudesse, seria com um touro, logo a seguir a uma tourada, que o escritor falaria, para lhe perguntar o que sente e o que diria aos defensores deste espetáculo bárbaro. FOTO: João Silva / Arquivo - Global Imagens

Qual é o seu talento oculto, que poucas pessoas conhecem?
Tenho um talento especial para dizer as coisas mais absurdas nos momentos menos apropriados. Como ir à televisão comentar que “é preciso tê-los no sítio” para surfar as ondas gigantes da Nazaré…

Se fosse uma cor, qual seria e porquê?
A tentação é dizer vermelho, porque é a cor do Benfica, mas escolho branco, porque é o início de algo e sempre gostei de começos. Uma página em branco, por exemplo, pode ser o começo de um belo texto ou de um belo livro.

Qual é a palavra que mais gosta de dizer e porquê?
Amorzade, porque amizade me parece uma palavra curta para descrever a relação que temos com alguns amigos.

Se pudesse inventar qualquer coisa, o que seria?
Inventaria uma máquina de gerir sentimentos, porque não me parece que, como espécie, tenhamos evoluído assim tanto para os podermos gerir corretamente em todas as situações com que a vida nos confronta.

Qual é a coisa mais ridícula que já comprou?
Um conjunto de halteres e barra de musculação, achando que iria fazer muito exercício em casa. O meu compromisso terá durado, no máximo, duas ou três semanas.

Halteres estão entre as compras mais ridículas que Nelson Marques terá feito.

Se tivesse de comer apenas uma comida para o resto da vida, qual seria?
Seria feliz com bom pão e boa manteiga.

Qual é a sua memória de infância mais engraçada?
Dar um pequeno “concerto” na Rádio Costa Verde, em Espinho, porque convenci os animadores de um programa de que era um pequeno Jimi Hendrix. Não era. Toquei parte da Wish You Were Here, dos Pink Floyd, e Eu Vi Um Sapo, porque não sabia mais nenhuma. E toquei bem devagar para “sentir a música”, ou seja, não conseguia tocar mais depressa.

Se fosse um meme, qual seria?
Qualquer meme do Cillian Murphy.

Qual seria o título da sua autobiografia?
O Homem Que Não Sabia Amar. Seria a história de alguém à procura de uma das questões fundamentais da vida: o que é, afinal, o amor?

Se pudesse ser uma personagem de videojogo, quem seria?
O Pac-Man, porque me faz lembrar a minha infância.

O redondinho e já quarentão Pac-Man, seria o alter-ego de videojogo do escritor. IMAGEM: Arquivo.

Qual é o seu trocadilho ou piada favorito?
Como gosto muito de comer, escolho uma piada gastronómica: Qual é o prato que ninguém consegue fazer direito? A torta.

Se pudesse ser invisível por um dia, o que faria?
A essa pergunta só respondo na presença de um/a advogado/a. Por agora, faço como o filho do Presidente da República: evoco o meu direito ao silêncio.

Qual foi a coisa mais inesperada que aprendeu recentemente?
Aprendi que do caos também pode nascer a esperança. Que a ruína dos sonhos desfeitos pode abrir espaço para algo novo e melhor. Que às vezes precisamos queimar a terra para que ela se torne mais fértil.

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