O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) defendeu que é necessário "robustecer o valor" da proposta apresentada esta sexta-feira pelo Ministério da Justiça para a melhoria das condições remuneratórias, apesar de assinalar "uma melhoria" face à primeira proposta..Em declarações aos jornalistas à saída da reunião no Ministério da Justiça, em Lisboa, Carlos Almeida assumiu que "não houve acordo" com a tutela e que "não havia margem para aceitar" a proposta apresentada hoje ao SOJ e ao Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), que se reuniu primeiro com a ministra Rita Alarcão Júdice.."A proposta que a senhora ministra da Justiça nos apresentou é melhor do que aquela que tinha feito inicialmente, ainda assim fica muito aquém daquilo que eram e são as expectativas dos oficiais de justiça", afirmou o dirigente sindical, frisando que transmitiram "à ministra da Justiça que estavam "disponíveis para negociar, mas não com este valor".."Tem de robustecer este valor e passar aquilo que temos em 12 meses para 14 meses", precisou..O Ministério da Justiça apresentou hoje uma nova proposta aos sindicatos dos funcionários judiciais, propondo pagar a 12 meses o suplemento de recuperação processual de 12,5% sobre o salário base, face aos 11,66% propostos na reunião anterior..Fonte do Governo adiantou à Lusa que o pagamento deste suplemento, criado para ajudar a recuperar as pendências e que é de 10% do salário base pago a 11 meses, se traduz para os oficiais de justiça no escalão mais baixo "num aumento no rendimento de 449 euros", enquanto os profissionais no "escalão mais alto têm um aumento de 1.194 euros"..Segundo a mesma fonte, a proposta apresentada pelo Ministério da Justiça significa, face à proposta anterior, um aumento de 112 euros no escalão mais baixo e de 298 euros no escalão de quem tem o salário mais alto, implicando um acréscimo salarial no suplemento de 36%..Carlos Almeida mostrou-se ainda assim otimista quanto a uma evolução positiva das negociações no futuro próximo, existindo já novo encontro entre a tutela e os sindicatos marcado para 28 de maio.."Estão criadas as condições para que o Governo nos possa apresentar uma proposta melhor na próxima reunião, assim sendo vamos manter a greve e aguardar a próxima reunião", finalizou.