Surgida ao início da noite desta terça-feira, a notícia da substituição do almirante Gouveia e Melo enquanto chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), já trazia, também, o nome do sucessor: o até agora vice-almirante Jorge Nobre de Sousa..A partir de sexta-feira (dia em que toma posse e sobe ao posto de Almirante) será ele quem vai chefiar a Marinha..Na mesma data, Henrique Gouveia e Melo é condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, como forma de louvor e agradecimento pelo "muito qualificado desempenho" e pela "carreira brilhante" que teve. E depois, passará à reserva, o que lhe permite, se assim entender, candidatar-se à Presidência da República -- algo que há muito parece pairar no horizonte..Mas quem é o sucessor de Gouveia e Melo, que irá agora chefiar a Armada? Nascido em 1963, o (ainda) vice-almirante Jorge Manuel Nobre de Sousa ingressou na Escola Naval em 1981. Foi promovido a aspirante em 1987..Desde então, teve vários cargos dentro da Marinha, desde o logo o de Comandante Naval (que auxilia na "preparação, aprontamento e sustentação das forças e meios da componente operacional do sistema de forças"), onde esteve de janeiro a julho de 2022..Em dezembro de 2021, subiu ao posto de vice-almirante, que deixará com a tomada de posse como CEMA, passando a almirante..Além de ter comandado a fragata Álvares Cabral entre 2007 e 2010, Jorge Nobre de Sousa prestou também serviço na Divisão de Planeamento do Estado-Maior da Armada. E, de outubro de 2016 a novembro de 2019, foi comandante do Corpo de Fuzileiros..Foi, também, oficial de operações a bordo da fragata Corte-Real de 1999 a 2002..Atualmente, segundo a página do próprio no LinkedIn, era Comandante Operacional Adjunto no Comando Conjunto para as Operações Militares (onde já tinha sido Subchefe do Estado-Maior)..Nomeado CEMA por proposta do Governo (de acordo com a nota publicada no site da Presidência), Jorge Nobre de Sousa integrou o Grupo Marítimo Permanente da NATO em quatro ocasiões. Como Oficial de Comando, serviu como capitão de fragata do Comandante desta força de reação de resposta rápida..Em terra, as funções foram, sobretudo, ligadas ao planeamento. Nobre de Sousa foi, no Centro Tático Naval, Chefe do Departamento de Análise, Desenvolvimento e Treino de Guerra Submarina, e no Comando da Armada, Chefe das Divisões de Comunicações e Sistemas de Informação e de Operações Navais..Cabe-lhe agora a função de liderar a Marinha, sendo uma das principais missões a de tentar inverter a quebra de efetivo dos últimos anos. No início de 2024, vários generais escreveram uma carta a Marcelo Rebelo de Sousa alertando para aquilo que diziam ser uma situação "insustentável". O próprio Presidente da República subscreveu, depois, esse alerta..O número de militares, em 2023, entre todos os ramos das Forças Armadas, alertavam na missiva, era de 21.080 -- número inferior ao de todo o efetivo da GNR em 2022.