Na casa onde nasceu Bordalo Pinheiro já não mora o zé-povinho
Jornalista de gravura, folhetinista do lápis, cronista gráfico, ceramista, cartoonista, professor, desenhador. De Rafael Bordalo Pinheiro conhecem-se muitas facetas e vidas que ainda hoje se recordam e elogiam. Em Lisboa, o modernista dá nome a um largo e a um museu e, agora, vai também ser associado ao setor do imobiliário através das Bordalo Residences.
O projeto para um segmento médio-alto foi apresentado nesta terça-feira e passa pela reabilitação e reconversão em apartamentos do edifício onde o artista português que criou o Zé Povinho nasceu há 171 anos. A obra é da Metem Group, uma empresa de investimentos com sede em Istambul, e a promoção está a cargo da Quintela & Penalva - Real Estate.
"Este desafio surgiu através de uma empresa com que trabalhamos há muito tempo. Aconselhou os nossos serviços e estabelecemos de imediato uma relação muito saudável e com grande cumplicidade com a empresa proprietária", conta ao DN/Dinheiro Vivo Francisco Quintela, da imobiliária.
O prédio fica na Rua da Fé, em Lisboa, mesmo ao lado da Avenida da Liberdade, e vai ganhar dez novos apartamentos, todos de tipologia T2, com áreas a começar nos 91 metros quadrados e que vão até 141 m2. Os apartamentos de maior dimensão já estão à venda nos sites da especialidade com valores em torno dos 700 mil euros.
Atualmente fragilizado, "o prédio tinha alguns inquilinos com quem foi negociada a saída". Agora será totalmente reabilitado "para que as escrituras decorram durante o primeiro trimestre de 2019" e as portas das novas casas possam abrir logo de seguida e já com novos donos. A conclusão da obra está prevista para o final do próximo ano. "Apontamos para que os primeiros proprietários possam desfrutar na plenitude deste empreendimento a partir do início do segundo trimestre de 2019."
E as propostas já começaram a surgir. Desde o lançamento já foram sinalizados interessados para quatro apartamentos, cujos contratos de promessa já estão na agenda. Sem revelar nacionalidades, Francisco Quintela assume que o projeto poderá servir vários públicos. "O cliente para este tipo de imóvel tem sido bastante variado. Tanto pode ser o público estrangeiro que queira um pied-à-terre em Lisboa, ou mesmo que queira habitar, ou um mero investidor que pretenda aplicar as suas economias num mercado saudável e em crescimento."
E, se a intenção for investir à espera de retorno, apresentam-se "opções de rentabilidade que rondam os 7%". Um valor que está em linha com a rentabilidade média do imobiliário nacional que, nos últimos 15 anos, se tem mantido bastante acima de outros investimentos financeiros como o mercado das ações ou das obrigações e que tem levado muitos investidores a regressarem à compra de casa como fonte de rendimento.
A ligação a Bordalo Pinheiro vai fazer-se através do nome que eterniza o edifício. Mas sobre a estratégia para comunicar o projeto a promotora imobiliária pouco diz. "O nome mantém a relação ad aeternum, de momento na nossa comunicação não temos mais nada programado, mas, chegando ao final do ano, teremos uma estratégia de comunicação já devidamente aceite nos projetos que temos em carteira e a desenvolver, e com toda a certeza que o Bordalo Residence será contemplado."
A promessa é "devolver a Lisboa um prédio repleto de história" a um passo do Chiado e do Tejo, com um cenário pitoresco e ainda com opções de terraço e de jardim, "compreendidos numa obra de arte com 300 anos de história".