Museu da Farmácia comprou ordem de detenção do médico de Hitler
O Museu da Farmácia comprou num leilão em Inglaterra sete ordens de detenção de algumas personalidades ligadas ao regime nazi, entre as quais a do próprio médico pessoal do Adolf Hitler. Em declarações ao jornal "Público", João Neto, diretor do museu, confirmou as aquisições, não revelando, porém, o valor da compra. "São estes os documentos que os levaram aos julgamentos de Nuremberga", declarou João Neto ao jornal, acrescentando: "Tinham mesmo de fazer parte da colecção do museu."
Entre os documentos comprados, estão as ordens de detenção de Karl Brandt, médico pessoal de Hilter, Fritz Meer e Hermann Schmitz. No caso de Brandt, trata-se, como refere o "Público", de um dos principais responsáveis pelo programa Aktion T4 - a abreviatura de Tiergartenstraße 4, a morada de uma casa no bairro Tiergarten, em Berlim, onde funcionava a sede deste programa de eugenia e de extermínio, para uma "higiene da raça", e que esteve na origem do assassínio de milhares de pessoas com deficiências físicas ou mentais através de injecções letais, fome ou em câmaras de gás. Oficialmente, o programa T4 decorreu entre 1939 e 1941, mas até 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, continuou a assassinar pessoas.
Karl Brandt foi condenado à morte no processo de Nuremberga contra os médicos, um dos 12 julgamentos dos Processos de Guerra de Nuremberga, e que ocorreu entre Dezembro de 1946 e Agosto de 1947. A 2 de Junho de 1948 foi enforcado.