Os números não enganam: entre o Natal e o Ano Novo morreram, nas estradas portuguesas, quase tantas pessoas quanto as de 2023, no mesmo período.Ainda sem dados definitivos (uma vez que as operações da época festiva só terminaram ontem às 23.59 horas), os dados da GNR e da PSP mostram que morreram, vítimas de acidentes rodoviários, um total de 25 pessoas (20 reportadas pela GNR e cinco pela PSP). Na mesma altura do ano, em 2023, foram registados 26 óbitos. Mas este número pode vir a subir, e os valores definitivos devem serão conhecidos hoje.Em relação aos acidentes, foram reportados, pela PSP, 2085 desde o início da operação Festas em Segurança. Já no raio de ação da GNR, houve 3530 sinistros.Neste período, há um ano, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) reportava um total de 7072 acidentes rodoviários - mais 1457 do que indicam os dados provisórios ontem divulgados. Em relação às infrações ao volante, a condução sobre o efeito do álcool e o excesso de velocidade são as mais comuns. Só entre o dia 27 de dezembro e o dia de Ano Novo, a PSP multou 464 condutores em excesso de velocidade e 107 por condução com álcool no sangue (isto a juntar aos 127 detidos que estavam embriagados ao volante). No período do Natal, a polícia destacou 242 detenções por crimes rodoviários (155 por estarem a conduzir em estado de embriaguez).Já os dados provisórios da GNR indicam que, entre 64 192 condutores, 700 estavam ao volante com excesso de álcool (338 com uma taxa crime). Em relação ao excesso de velocidade, foram detetadas 2408 (de entre um total de 12 786).Cidadãos automobilizados pedem pacto de regimeOuvido pelo DN, Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Automobilizados, critica a falta de políticas para o setor, que continua a ter números elevados de sinistralidade.Destacando que “este período tem sempre um aumento de sinistralidade”, o responsável refere que o tema “continua a não ser uma preocupação política por parte das autoridades, dos ministérios relevantes, do Governo e do Parlamento”. É, refere, “como se fosse uma espécie de fatalidade e o agravamento dos números fosse uma fatalidade. Não há vontade política de reverter a situação”.Recordando que existe uma estratégia para a redução dos acidentes, Manuel João Ramos afirma que “não está implementada, orçamentada, cabimentada ou regulamentada”. É, por isso, preciso “um acordo de regime”. “Temos vindo a dizer que qualquer estratégia que não envolva, à partida, na sua elaboração, a associação de municípios, e que não envolva os partidos da oposição no Parlamento, ou seja, que seja apenas o recetáculo da estratégia já elaborada, não vale a pena, porque quando o ministro da pasta sair, a estratégia morre e vai aparecer uma nova, que é o que tem acontecido desde 2001. Nenhuma estratégia funciona, porque nenhuma tem previsão de poder funcionar para lá do ministro, do secretário de Estado ou do Governo. Não funciona porque os municípios não se envolvem em apresentar e fazer funcionar planos municipais de segurança rodoviária, portanto está tudo bom”, remata Manuel João Ramos.
Os números não enganam: entre o Natal e o Ano Novo morreram, nas estradas portuguesas, quase tantas pessoas quanto as de 2023, no mesmo período.Ainda sem dados definitivos (uma vez que as operações da época festiva só terminaram ontem às 23.59 horas), os dados da GNR e da PSP mostram que morreram, vítimas de acidentes rodoviários, um total de 25 pessoas (20 reportadas pela GNR e cinco pela PSP). Na mesma altura do ano, em 2023, foram registados 26 óbitos. Mas este número pode vir a subir, e os valores definitivos devem serão conhecidos hoje.Em relação aos acidentes, foram reportados, pela PSP, 2085 desde o início da operação Festas em Segurança. Já no raio de ação da GNR, houve 3530 sinistros.Neste período, há um ano, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) reportava um total de 7072 acidentes rodoviários - mais 1457 do que indicam os dados provisórios ontem divulgados. Em relação às infrações ao volante, a condução sobre o efeito do álcool e o excesso de velocidade são as mais comuns. Só entre o dia 27 de dezembro e o dia de Ano Novo, a PSP multou 464 condutores em excesso de velocidade e 107 por condução com álcool no sangue (isto a juntar aos 127 detidos que estavam embriagados ao volante). No período do Natal, a polícia destacou 242 detenções por crimes rodoviários (155 por estarem a conduzir em estado de embriaguez).Já os dados provisórios da GNR indicam que, entre 64 192 condutores, 700 estavam ao volante com excesso de álcool (338 com uma taxa crime). Em relação ao excesso de velocidade, foram detetadas 2408 (de entre um total de 12 786).Cidadãos automobilizados pedem pacto de regimeOuvido pelo DN, Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Automobilizados, critica a falta de políticas para o setor, que continua a ter números elevados de sinistralidade.Destacando que “este período tem sempre um aumento de sinistralidade”, o responsável refere que o tema “continua a não ser uma preocupação política por parte das autoridades, dos ministérios relevantes, do Governo e do Parlamento”. É, refere, “como se fosse uma espécie de fatalidade e o agravamento dos números fosse uma fatalidade. Não há vontade política de reverter a situação”.Recordando que existe uma estratégia para a redução dos acidentes, Manuel João Ramos afirma que “não está implementada, orçamentada, cabimentada ou regulamentada”. É, por isso, preciso “um acordo de regime”. “Temos vindo a dizer que qualquer estratégia que não envolva, à partida, na sua elaboração, a associação de municípios, e que não envolva os partidos da oposição no Parlamento, ou seja, que seja apenas o recetáculo da estratégia já elaborada, não vale a pena, porque quando o ministro da pasta sair, a estratégia morre e vai aparecer uma nova, que é o que tem acontecido desde 2001. Nenhuma estratégia funciona, porque nenhuma tem previsão de poder funcionar para lá do ministro, do secretário de Estado ou do Governo. Não funciona porque os municípios não se envolvem em apresentar e fazer funcionar planos municipais de segurança rodoviária, portanto está tudo bom”, remata Manuel João Ramos.