Nuno Portas morreu este domingo, dia 27 de julho, aos 90 anos. A ex-mulher, Helena Sacadura Cabral, mãe de Miguel e Paulo Portas, filhos do arquiteto, deixou uma mensagem no Facebook. Helena Sacadura Cabral escreve que "foi com pesar, que tomei conhecimento da morte de Nuno Portas, pai dos meus dois filhos. Apesar de há muitos anos termos seguido caminhos diferentes, compartilhamos uma parte importante da vida e, acima de tudo, a dádiva de sermos pais de pessoas incríveis".A escritora diz ainda que, "neste momento, meu coração está especialmente voltado para o filho que me resta e para os nossos netos, que enfrentam, agora, a dor de uma perda profunda".Miguel Portas, que foi eurodeputado pelo Bloco de Esquerda, morreu em 2012. .Uma familiar do arquiteto confirmou à agência Lusa a morte de Nuno Portas, do qual é filha também a empresária Catarina Portas. Nuno Portas nasceu em Vila Viçosa, no dia 23 de setembro de 1934, e licenciou-se em Arquitetura pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto (ESBAP) em 1960.Foi colaborador do arquiteto Nuno Teotónio Pereira de 1957 a 1974, ano em que assume o cargo de Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo (1974-1975). No âmbito destas funções, lembrou a Ordem dos Arquitetos no ano passado, quando assinalou os 90 anos de Nuno Portas, lançou "o SAAL – Serviço de Apoio Ambulatório Local, um programa estatal com o objetivo de atender às necessidades habitacionais de populações desfavorecidas no país que veio a tornar-se uma referência impar na história da arquitetura nacional e até internacional em termos de participação popular em processos de desenho habitacional e urbano".O Presidente da República, numa nota no site da Presidência, evoca Nuno Portas como "uma das personalidades mais visionárias e brilhantes da vida académica, cultural, política e social da resistência de inspiração católica dos anos 50, 60 e 70 do século passado". Marcelo Rebelo de Sousa diz que Nuno Portas "foi notável como arquiteto, como professor, como urbanista, como animador de movimentos artísticos, culturais em geral, cívicos, políticos e sociais". O Presidente destaca a sua "resistência à ditadura até às primeiras décadas da democracia", e a dedicação à comunidade.