Ministra quer saber o que aconteceu no atendimento à grávida que teve bebé na rua.
Ministra quer saber o que aconteceu no atendimento à grávida que teve bebé na rua. ANDRɉ KOSTERS

Ministra pede a IGAS que investigue atendimento da Linha SNS24 à utente que teve bebé numa rua do Carregado

Ana Paula Martins solicitou à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) a abertura de um processo de inquérito. Inspetor-geral já determinou o procedimento e Linha SNS24 também vai averiguar.
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Uma mulher de 28 anos, grávida de 40 semanas, deu à luz numa rua do Carregado, noticia esta terça-feira, dia 12, o Correio da Manhã. Segundo o jornal, a grávida terá ligado para a Linha SNS24 e terá pedido uma ambulância, mas a sugestão feita por parte de quem a tendeu nesta linha terá sido a de ir para o hospital de carro. O bebé acabou por nascer na rua com a ajuda dos pais desta mulher, na segunda-feira dia 11 de agosto.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, solicitou já esta manhã à Inspeção-Geral das Atividades de Saúde (IGAS) a abertura de processo de inquérito para se apurar os factos relativos ao atendimento dado à parturiente pela Linha SNS24 e pela própria Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo, durante a gravidez e neste período.

E, segundo apurou o DN, o inspetor-geral, António Carapeto, já determinou a abertura deste procedimento, com a orientação precisa para se "apurar os factos relativos ao atendimento dado pela Linha SNS24, pelo Centro de Operações de Doentes Urgentes (CODU), no momento da ocorrência, bem como a assistência prestada pela Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo à grávida", durante o seu percurso.

O DN Sabe que, entretanto, a própria Linha SNS24 já instaurou um inquérito interno para apurar os factos ocorridos e as orientações dadas à utente.

Recorde-se que de acordo com as medidas aplicadas por este Governo, a Linha SNS24 é a principal porta de entrada no acesso dos cuidados às grávidas e aos utentes em geral. São muitas as mensagens e os apelos feitos pelos governantes para que os utentes liguem antes de se dirigir a uma urgência. O slogan é mesmo: "Ligue Antes, Salve Vidas".

O Correio da Manhã conta ainda que a grávida, de nome Soraia, com 40 semanas e cinco dias de gestação, começou a sentir contrações pouco depois das 09h00, tendo a mãe da grávida ligado para a linha SNS 24 para pedir uma ambulância, tendo então recebido a indicação para que se deslocasse para o hospital em viatura particular. O 112 foi depois contactado, mas terá demorado a responder à chamada e o parto acabou por realizar-se em plena rua, em frente à esplanada da pastelaria onde tinha ido de manhã com a família.

"Mandaram-nos ir de carro, disseram que era melhor. Telefonei, então, para o 112 a pedir ajuda, mas demoraram imenso tempo a atender. Falaram em inglês, eu já não estava a perceber nada”, explicou Isabel Moreira, mãe de Soraia, em declarações ao jornal.

O DN contactou o gabinete de comunicação do INEM para saber o que teria acontecido e se esta entidade iria, igualmente, abrir um inquérito, mas a resposta dada indica a linha do tempo da situação. Segundo é explicado, "a Central 112 encaminhou a chamada de socorro, tendo a mesma sido atendida pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) às 10h29. Durante a triagem da situação, foi possível perceber que o parto já teria ocorrido. O CODU ativou para o local uma ambulância dos BV Alenquer, às 10h33, e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Torres Vedras, às 10h37, dado que a VMER de Vila Franca de Xira estava empenhada noutra ocorrência". E, "às 10h46, depois de prestar os primeiros cuidados, a tripulação da ambulância contactou o CODU para transmissão dos dados clínicos", acabando "a mãe e a bebé sido transportadas para o Hospital de Santarém, com acompanhamento do médico da VMER".

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Bebé nasce numa rua do Carregado. Parto teve a ajuda da família

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