A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, expressou esta terça-feira, no Parlamento, as condolências aos familiares do militar da GNR que morreu após uma colisão com uma lancha rápida no Guadiana e frisou "o compromisso solene" de que o Governo "tudo fará, nomeadamente em articulação com as autoridades espanholas, para deter os autores deste crime". “Esta noite morreu em serviço um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR), que perseguia juntamente com outros militares uma lancha rápida no rio Guadiana, que faz, como esse tipo de lanchas normalmente fazem, todo o tráfico de substâncias ilícitas e de pessoas, neste caso tráfico de estupefacientes”, afirmou a ministra, antes de assumir o compromisso “à família, à Guarda Nacional Republicana que estão de luto, e a todo o país”.. Um militar Guarda Nacional Republicana (GNR) - o cabo Pedro Silva, de 50 anos - morreu e três ficaram feridos, na segunda-feira à noite, após uma colisão entre uma embarcação da guarda e uma civil no rio Guadiana, disse à agência Lusa fonte da proteção civil.Todas as vítimas são militares da GNR, de acordo com fonte do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve. Além do militar que morreu, um sofreu uma fratura num braço e outros dois ficaram com escoriações."Ontem à noite, nosso sistema detectou uma embarcação de alta velocidade a navegar no Rio Guadiana, e imediatamente enviamos uma patrulha marítima para tentar localizar e abordar a embarcação, que acabou por colidir com a nossa", explicou aos media o tenente-coronel Carlos Canatário.Nesta altura, as autoridades portuguesas e espanholas protagonizam uma caça ao homem nas duas margens do Guadiana, em Alcoutim e do lado espanhol, para tentar encontrar os ocupantes da lancha que abalroou a embarcação da GNR e que presumivelmente estará relacionada com tráfico de droga, disse à Lusa fonte da Guarda.“Dadas as características da embarcação de alta velocidade, presume-se que esteja ligada ao tráfico de droga”, adiantou a fonte da GNR.Após o embate, a lancha de alta velocidade foi encontrada a arder a duas milhas (quase quatro quilómetros) do local onde ocorreu o acidente no rio Guadiana, ao largo de Alcoutim, no distrito de Faro, tendo os ocupantes fugido, segundo a fonte.A embarcação de alta velocidade foi detetada no rio Guadiana, tendo sido enviada uma patrulha do Controlo Costeiro de Olhão para averiguar, e quando os agentes tentaram abordar a lancha foram abalroados.Em comunicado, a GNR adianta que está ainda em curso, no rio Guadiana e nas suas margens, diligências para apurar as circunstâncias em que ocorreu o incidente e a fim de recolher prova material e localizar os suspeitos.Estas diligências decorrem com o apoio da Polícia Marítima, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e da Guardia Civil, de Espanha.A investigação está a cargo da Polícia Judiciária, segundo a GNR.A GNR acionou o apoio psicológico da Guarda para acompanhamento dos militares envolvidos e respetivas famílias..Presidente da República e primeiro-ministro expressam pesarEm nota publicada no site oficial da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou a morte do militar Pedro Silva. "O Presidente da República manifesta o seu pesar pelo falecimento em serviço do Cabo Pedro Manata e Silva, pertencente à Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras da Guarda Nacional Republicana (GNR), vítima de meliantes esta noite no Rio Guadiana, quando exercia as suas funções a favor do respeito da Lei e da Sociedade", lê-se na nota assinada pelo PR.Marcelo Rebelo de Sousa "já apresentou pessoalmente as mais sentidas condolências à esposa, filhos e demais família enlutada, bem como as expressa a todos os seus amigos e à própria GNR, neste momento particularmente difícil para todos os seus militares e civis".O Chefe de Estado assegura estar também "a acompanhar a situação dos três militares feridos, a quem transmite a sua solidariedade e apoio, esperando a sua rápida recuperação."Na rede social X, o primeiro-ministro Luís Montenegro também manifestou "profundo pesar" pela morte do militar da GNR e reiterou que o Governo tudo fará "para que os responsáveis sejam levados à Justiça"..Promulgado diploma que regula uso de lanchas rápidas Esta terça-feira, o Presidente da República promulgou também o diploma que regula o uso de lanchas rápidas para combater o tráfico de droga, um dia após um militar da GNR ter morrido numa perseguição a uma dessas embarcações.“O Presidente da República promulgou o diploma da Assembleia da República que autoriza o Governo a fixar o regime aplicável às embarcações de alta velocidade e a fixar o respetivo regime sancionatório”, refere a página da Presidência da República Portuguesa..Marcelo promulga diploma que regula uso de lanchas rápidas