As características da costa portuguesa permitem que se construam locais com vistas idílicas - desde que respeitando a Natureza, claro. À beira das escarpas do Atlântico entre a Marina dee Cascais e a Boca do Inferno, o Farol Hotel é um desses locais. A sua localização bem próxima do mar, e perto do Farol de Santa Marta, proporciona uma vista única sobre o Oceano e também um certo resguardo para os seus hóspedes e visitantes da massificação turística que o país tem vindo a sentir e da qual a região de Cascais não é exceção. Além disso, este hotel de cinco estrelas está instalado num palacete do século XIX que em tempos pertenceu ao Conde de Cabral, criando uma mistura de estilo no seu interior, entre o clássico e as peças de design contemporâneo. Aliás, o local já pertenceu à rede internacional dos design hotels - atualmente está integrado na rede Preferred Hotels & Resorts, que em Portugal tem várias unidades -, disponibilizando 33 quartos, onde se englobam suites com vista para o mar, a mesma que é comum aos restaurantes e piscina do Farol. Mas foi pela comida que o DN, a convite do hotel, visitou o local..Nele há três espaços onde é possível ter vários tipos de oferta de comida e bebida: o bar Farol, no interior do hotel, onde são servidos cocktails, dos mais conhecidos aos de autor criados no local. Neste bar há uma extensa carta de espirituosos, licores, whiskeys, champagnes e vinhos. Há também saladas a snacks, sandwiches ou mesmo pizzas. O espaço está aberto das 10.30 à 01.00h..Já no exterior e junto à piscina – que só pode ser frequentada pelos hóspedes - há outro local para comer (e beber): o bar On The Rocks, a diferença é que neste bar é possível comer o sushi preparado pelo restaurante Sushi Design, o restaurante de sushi do Farol da responsabilidade do sushi master Francisco Braga. Como curiosidade, de referir que tem serviço de take away. E embora seja contíguo ao restaurante The Mix funciona de forma independente..Mix de sabores do Mediterrâneo. Para apresentar o restaurante The Mix fomos recebidos pelo também cascalense Nuno Santa Antunes, responsável pela comida e bebida do Farol Hotel que nos explicou as opções do chef Sebastian Fritye – que antes passou pelas cozinhas do The Oitavos – para o restaurante principal do hotel. Uma vez à mesa, numa hora de almoço de um dia de sol, a escolha do que se comeu foi do responsável do hotel. De salientar que a carta tem diferenças entre o almoço e o jantar..O chef Sebastian Fritye. DR.Para iniciar a degustação dos sabores do The Mix, veio para a mesa (em doses mais pequenas que as normalmente servidas, para se escrever este artigo) filetes de peixe galo com saladinha quente e fria de batata e tomate biológico (25 euros) e que faz parte da carta de verão apenas para a hora de almoço.Nuno Santa Antunes contou que o arroz de polvo de Cascais (32 euros) é dos pratos que os clientes habituais pedem com maior frequência. No entanto, quisemos contrariar o tal “gosto” do Mediterrâneo com que o restaurante The Mix diz identificar-se, e à mesa chegou um arroz de ananás salteado, com leite de coco e gambas (32 euros), fruto das memórias das viagens que o chef Sebastian Fritye guardou e que agora coloca no prato..E com um mar mesmo à beira os pratos seguintes: um bife de atum do chef com batata assada (25 euros) e um cherne ao vapor de algas, molho e legumes de caldeirada (34 euros). Ainda chegou à mesa um prato de carne: presa ibérica grelhada, beringela assada e tomate biológico (26 euros). Para sobremesa um banana split, com banana da Madeira (12 euros) e um curioso Madagáscar Design Rocks (13 euros), em que o chef colocou numa taça os tons de azul do mar, do verde da vegetação e o castanho e cinzento das rochas que temos pela frente quando se olha do restaurante para o mar. Esta sobremesa só está disponível ao jantar..Uma das vantagens de ser um restaurante de hotel, sobretudo neste caso, é que mesmo ao lado do Mix existe uma sala que se pode tornar privada, seja para almoços de negócios ou celebrações em família - ou mesmo casamentos. O serviço do restaurante serve em exclusivo e apesar de discreto não deixa de ter a tal vista para o mar. Em suma, estando o restaurante The Mix inserido num hotel de cinco estrelas não é de esperar outra coisa que não sejam ingredientes de qualidade. E apesar de não ser um restaurante para almejar uma estrela Michelin - não parece que seja esse o objetivo – a criatividade e sabores que o chef Sebastian Fritye coloca nos pratos merecem atenção para esta carta e para o que virá no futuro. A vista para o azul do Atlântico faz o resto.