Marcelo mantém confiança no Chefe da Armada após missão falhada do navio Mondego

Chefe de Estado indicou que não pretende visitar o NRP Mondego, que falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha do Porto Santo, na Madeira, porque 13 dos militares da guarnição se recusaram embarcar por razões de segurança.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta sexta-feira que mantém a confiança no chefe de Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, após a missão falhada do navio Mondego na Madeira.

"Acontece que o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas é quem nomeia as chefias militares e, portanto, um chefe militar que está em funções tem a confiança do Presidente da República, além de ter a do Governo que propõe essa nomeação", declarou.

O chefe de Estado falava à chegada à Madeira, onde participa, no sábado, no encerramento do Congresso dos Juízes Portugueses e na inauguração da delegação da Madeira da SEDES -- Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, no Funchal.

Marcelo Rebelo de Sousa indicou que não pretende visitar o NRP (Navio da República Portuguesa) Mondego, que falhou no sábado à noite uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha do Porto Santo, na Madeira, porque 13 dos militares da guarnição (quatro sargentos e nove praças) se recusaram embarcar por razões de segurança.

"Estamos a falar de um processo que está em curso. Estamos num Estado de direito democrático e deve respeitar-se isso mesmo. Fez-se o que se devia ter feito. Verificar as circunstâncias de facto. Agora, ouvir os envolvidos. E, depois, atuar em conformidade", explicou.

"É por isso que eu não visito o navio, nem vou andar nas cercanias do navio", assegurou.

O Presidente da República sublinhou que, nas Forças Armadas, o princípio da disciplina é "muito importante", vincando que vai agora aguardar a conclusão do processo em curso.

"Foi decidido proceder a um inquérito, o inquérito está concluído e o inquérito permitiu apurar que, de facto, não havia razões suficientes que determinassem a não execução da linha definida, que é a linha de comando, pelo responsável máximo do navio", explicou, indicando que, na próxima semana, decorrerá a inquirição dos 13 militares que se recusaram a embarcar no NRP Mondego, alegando razões de segurança.

E reforçou: "Não faria nenhum sentido, tendo cá estado o senhor almirante Chefe de Estado-Maior da Armada, que o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, no meio de um processo, tivesse qualquer contacto com o navio."

Marcelo Rebelo de Sousa disse, por outro lado, que a nova Lei de Programação Militar, aprovada em Conselho de Ministros, "vai mais longe" do que a anterior, que era "muito marcada por um contexto de crise".

"Vai mais longe e ainda bem que vai mais longe, porque é evidente que há capacidades que têm de ser reforçadas", declarou.

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