Manifestantes antifascistas e nacionalistas em confrontos junto ao Padrão dos Descobrimentos
RODRIGO ANTUNES/LUSA

Manifestantes antifascistas e nacionalistas em confrontos junto ao Padrão dos Descobrimentos

Porta-voz da PSP, Sérgio Soares, assumiu o "policiamento reforçado" para o local.
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Manifestantes antifascistas e nacionalistas envolveram-se em confrontos junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, e obrigaram à intervenção de agentes da PSP para pôr fim aos incidentes.

A Unidade Especial da Polícia foi obrigada a intervir perto das 18:00 sobre manifestantes de ambos os lados para os separar, constatou a Lusa no local. Depois de separar os dois grupos a PSP usou momentaneamente bastões sobre estes manifestantes.

Os confrontos ocorreram após cerca de meia hora de provocações mútuas entre os dois movimentos que se encontravam separados por poucos metros - uma manifestação de vários movimentos antifascistas, intitulada "Não Passarão", e outra de cariz nacionalista, associada ao Grupo 1143. Além de cânticos, houve arremesso de balões com tinta, tochas e potes de fumo.

Na sequência dos incidentes, a PSP alargou o perímetro de segurança, afastando também turistas que se encontravam no local.

Após uma fase mais calma e sem incidentes das concentrações dos dois grupos, os elementos da manifestação nacionalista acabaram por deixar o local pelas 19:00. Foi já depois da saída destes elementos que se registou nova intervenção policial desta vez sobre alguns manifestantes antifascistas com bastonadas.

Questionado pela Lusa sobre a operação mobilizada para o Padrão dos Descobrimentos e a escalada de tensão que acabou por levar a alguns confrontos entre manifestantes, o porta-voz da PSP explicou que "é sempre difícil manter o equilíbrio" entre o direito à manifestação e a segurança, "ainda mais numa zona turística".

"Terá havido um foco de tensão e arremesso de alguns objetos. Para evitar que escalasse para a desordem generalizada, interviemos e alargámos o perímetro de segurança. Temos de manter um equilíbrio entre liberdade e segurança. Enquanto a segurança não foi colocada em causa, demos espaço à liberdade; quando foi colocada em causa, separámos os grupos", afirmou o subintendente Sérgio Soares.

Assegurou também que houve apenas um "uso momentâneo e regulado" dos bastões pela PSP sobre os dois grupos de manifestantes.

Confrontado com os poucos metros que separavam as duas manifestações antagónicas antes de se registarem os confrontos e as razões para a PSP não ter imposto logo desde o início um maior afastamento, o porta-voz explicou que tal não foi feito para a PSP não ser acusada de condicionar o "direito constitucionalmente consagrado de manifestação".

A concentração dos movimentos antifascistas começou a partir das 16:00 e pelas 17:30 já reúnia uma centena de pessoas, tendo sido remetida pelas autoridades para o lado direito do monumento nacional. Foi deste lado que foram colocadas várias tarjas, nas quais se podem ler mensagens como "Ninguém é ilegal" ou "Eu existo com ou sem visto", estando desde o início a tocar música ou a entoar cânticos antirracistas.

No outro lado do Padrão estavam também pelas 17:30 algumas dezenas de manifestantes do Grupo Nacionalista 1143 com uma faixa identificativa do movimento. Esta manifestação estava prevista para as 18:00, mas os manifestantes, incluindo o nacionalista Mário Machado, chegaram mais cedo.

Em declarações à Lusa esta manhã, o porta-voz da PSP, Sérgio Soares, assumiu o "policiamento reforçado" para o local.

"Tendo em conta o espetro diferente destas manifestações, que são antagónicas, vamos ter policiamento reforçado a partir do início da tarde. Vai estar presente o comando metropolitano de Lisboa, com equipa de intervenção rápida, divisão de trânsito, para eventuais cortes ou condicionamentos de trânsito, e uma reserva do corpo de intervenção da unidade especial de polícia, junto à Praça do Império, para prevenir eventuais incidentes", disse.

Mas a presença dos agentes não evitou mesmo a ocorrência dos confrontos entre os dois movimentos de manifestantes.

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